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Cidades

Saúde investiga se surto causou morte em aldeia e pede 3ª dose a indígenas

A morte de um homem indígena, de 80 anos, foi registrada em boletim epidemiológico nesta sexta-feira

Guilherme Correia | 05/11/2021 11:16
O secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, em coletiva nesta manhã. (Foto: Reprodução/SES)
O secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, em coletiva nesta manhã. (Foto: Reprodução/SES)

Nesta sexta-feira (5), a SES (Secretaria Estadual de Saúde) informou que investiga a morte de um idoso de 80 anos, no município de Dourados, suspeita de estar relacionada com surto epidêmico na região a 235 quilômetros de Campo Grande. O titular da pasta pediu, em coletiva, a imunização com dose adicional, popularmente conhecida como 3ª dose, a esse grupo.

"Está em investigação, mas possivelmente [veio] desse surto que está acontecendo dentro das aldeias indígenas em Mato Grosso do Sul", disse o secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende. Os casos começaram a ser notificados em escolas do município, que permanecem fechadas.

Ainda que a vacinação tenha reduzido expressivamente os índices da pandemia, surto de casos em aldeias preocupa autoridades sanitárias quanto à saúde desse grupo, priorizado no início da pandemia por conta de condições mais vulneráveis, envolvendo até mesmo falta de água em determinados locais, recurso básico para higiene pessoal.

Resende explicou que a situação pode gerar novas ocorrências em outras aldeias indígenas do Estado. Por isso, afirma que a pasta tem feito ações para reduzir danos. "Estamos colocando toda a equipe, todos os equipamentos, todos os insumos, para que a gente possa, de fato, construir situações para coibir e cessar esses surtos e tentar evitar que propague e chegue a outras comunidades indígenas."

Segundo o CIEVS (Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde), a urgência ocorre, já que pelo menos 89 pessoas foram infectadas no município de Dourados, de forma conjunta. Em seguida, aparecem as cidades de Tacuru (25), Paranhos (18), Caarapó (7), Japorã (6) e Amambai (5).

Atualmente, o Ministério da Saúde permite a "3ª dose" apenas aos profissionais de saúde e idosos, que começaram a ser vacinados em momento parecido com essa população. "Eu entendo que é preciso fazer, de fato, a vacinação em toda a população indígena novamente, no Mato Grosso do Sul. A dose de reforço, tendo em vista que foram imunizados lá no início".

Resende destacou que os imunizantes utilizados no início da vacinação já demonstram redução na resposta imune por parte dos indivíduos. Vale lembrar que eles foram usados, a princípio, em indivíduos mais suscetíveis a casos graves, e que as patentes posteriores foram incluídas posteriormente. "Está demonstrando que a vacina Coronavac, após o 6º mês, [a imunidade] decai sensivelmente".

Ele também pediu uma padronização em relação ao intervalo da 2ª dose da Pfizer - o Governo estipula 21 dias, mesmo para adolescentes, diferente do Ministério da Saúde. "Eu advogo, inclusive, a todos os adolescentes indígenas, acima de 12 anos, e a todos os grupos etários que fazemos a dose de reforço".

Boletim atualizado - O Estado tem registrado, em média, cerca de uma morte por covid-19 a cada 24 horas. Atualmente, se acumula 9.649 vítimas desde o início da pandemia. Os leitos de terapia intensiva encontram-se em condições melhores dos que a verificadas em meados de junho deste ano, quando havia superlotação em todo o MS, já que as internações por coronavírus são minoria.

  • Campo Grande: 52%
  • Dourados: 66%
  • Três Lagoas: 49%
  • Corumbá: 35%
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