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Cidades

Situação da covid está ruim e vai piorar em janeiro, admitem autoridades

“A projeção boa é para quando houver a vacina”, afirmou o secretário estadual de saúde, Geraldo Resende

Marcos Rivany | 01/01/2021 08:25
Testes de covid utilizados para identificar doença (Foto: Kísie Ainoã/Arquivo)
Testes de covid utilizados para identificar doença (Foto: Kísie Ainoã/Arquivo)

“Vai explodir”, essa é a previsão do secretário estadual de saúde, Geraldo Resende, para a evolução de casos do novo coronavírus em janeiro. A projeção vem acompanhada dos números de dezembro, considerado o pior mês da pandemia em Mato Grosso do Sul até esta quinta-feira (31).

Somente em dezembro, a covid-19 matou 534 pessoas no Estado. Somente em dezembro, 33.610 testaram positivo para o novo coronavírus. Foram 104% a mais de infectados, em relação a novembro, com dados do boletim epidemiológico da SES (Secretaria Estadual de Saúde).

Secretário teme pela falta de leitos com 'boom' de casos. (Foto: Silas Lima / Arquivo)
Secretário teme pela falta de leitos com 'boom' de casos. (Foto: Silas Lima / Arquivo)

A explicação do secretário para o possível aumento expressivo de casos agora em janeiro está nas festas de fim de ano. “Teve aglomeração, festas clandestinas e desobediência de uma parcela da população. Agora vamos ter o ano novo. Dia 31 e 1º [de janeiro] é prática das pessoas, principalmente as mais jovens, de fazer festas.”, declarou Resende.

Em Campo Grande, no feriadão de Natal, a guarda municipal encerrou uma festa clandestina com mais de mil pessoas. Essa foi apenas uma das situações envolvendo aglomerações durante o feriado.

“A nossa maior preocupação é em relação às pessoas que vão precisar de leitos. Já extrapolamos o teto”, afirma.

Até esta quinta-feira, segundo dados da SES, a taxa de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) é de mais de 88%, em todo Mato Grosso do Sul. Na Capital, a taxa é de 108%.

Tá faltando - E com tanta necessidade de leitos, vai faltar mão de obra. A preocupação agora se volta à linha de frente, a quem combate o vírus de forma direta. Entre médicos e enfermeiros o olhar é o mesmo.

Para o presidente do SinMed/MS (Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul), Marcelo Santana Silveira, as festividades de Natal e Ano Novo vão refletir nos números, principalmente nos primeiros 15 dias. É aí que mora a preocupação.

“É uma mão de obra limitada. Porque não tem como disponibilizar um aumento de mão de obra no momento que se chega a um limite dentro do estado, dentro do país. Nós estamos bastante preocupados com a situação no mês de janeiro”, explicou o presidente do SinMed.

Para Marcelo Silveira, a situação só vai melhorar com a vacinação. “Como a maior parte da população não está imunizada, nós vamos passar por uma segunda e terceira quarta onda. A saída é a vacinação” concluiu.

Na enfermagem, também há uma preocupação com os profissionais da lida, seja de covid e de outras doenças. Segundo a vice-presidente do Siems (Sindicato dos Trabalhadores da Área de Enfermagem de Mato Grosso do Sul), Helena Delgado, a sobrecarga de trabalho dos enfermeiros é o que mais preocupa.

“Tem o estresse dos profissionais terem que enfrentar isso [pandemia] com sobrecarga de trabalho. A categoria está vulnerável. O medo hoje é sair do hospital e levar a doença para um pai, uma mãe, um filho”, afirmou.

Sobre a possibilidade de melhora, o secretário estadual de saúde é categórico: “a projeção boa é para quando houver a vacina”. Em relação a uma possível nova medida por parte do estado para controle da disseminação da doença, Geraldo Resende responde: “A gente não vai mais apontar uma outra medida para chamar a conscientização da população.”

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