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Cidades

Suposto filho de Jamil Name terá de passar por novo exame de DNA

Afrânio Alberto da Silva Brocuá, 57 anos, empresário de Osasco (SP), contesta teste feito em 2005

Anahi Zurutuza e Aline dos Santos | 14/02/2022 14:01
Jamil Name durante depoimento em processo no âmbito da Operação Omertà. (Foto: Reprodução)
Jamil Name durante depoimento em processo no âmbito da Operação Omertà. (Foto: Reprodução)

Reconhecido como filho de Jamil Name pela Justiça paulista, o empresário Afrânio Alberto da Silva Brocuá, 57 anos, terá de passar por nova investigação genética, a pedido da família tradicional campo-grandense. De acordo com o advogado João Paulo Sales Delmondes, contratado pelo deputado estadual Jamilson Name, a decisão saiu no dia 2 de fevereiro e agora, falta a nomeação de perito para a realização do exame de DNA.

“O juiz acolheu nosso pedido e determinou a produção da perícia, ficando a cargo juízo da Comarca em que reside o requerido a nomeação de quem vai realizá-la, indicação de qual o melhor material e demais deliberações acerca do perito e da execução do DNA”, detalhou o advogado.

Ainda segundo o defensor, a família tem convicção que o resultado será negativo, confirmando teste já feito há 17 anos e que é contestado pelo empresário de Osasco (SP). “Temos segurança no exame realizado em 2005 e essa vitória é apenas o começo para colocarmos fim à inexistente dúvida lançada por Afrânio. Essa decisão é a prova que nunca houve recusa por Jamil Name e sua família para realização de DNA”.

Como a ação de produção antecipada de provas tramita na Justiça de Campo Grande, todo o trâmite na cidade do interior de São Paulo, onde o suposto herdeiro vive, é feito pelo recurso de carta precatória. “Com a distribuição da carta precatória, ficaremos aguardando o juiz designar a data e os detalhes para a realização da perícia”, explica Delmondes.

Jamil Name foi sepultado sob aplausos no dia 30 de junho. (Foto: Kísie Ainoã/Arquivo)
Jamil Name foi sepultado sob aplausos no dia 30 de junho. (Foto: Kísie Ainoã/Arquivo)

O imbróglio – Afrânio Brocuá entrou com processo de reconhecimento de paternidade pelo Estado de São Paulo em 2015, dez anos depois do exame de DNA realizado na Capital. O suposto filho comunicou à Justiça paulista que não confiava no exame feito em Mato Grosso do Sul devido à influência de Name. Desta forma, a Justiça paulista ordenou uma nova coleta, que não foi realizada. Em 2019, a Justiça paulista reconheceu o empresário do interior de São Paulo como filho do “homem de negócios” sul-mato-grossense, por meio da chamada paternidade presumida.

Conforme já havia adiantado a defesa dos Name, a expectativa é que a decisão da Justiça de Osasco, sobre presunção de paternidade, seja reformada. O advogado nega que qualquer envolvimento amoroso de Jamil Name com a mãe de Afrânio.

A ação em Campo Grande tramita em sigilo. No processo, Delmondes anexou matérias jornalísticas sobre o caso como justificativa. Durante a coletiva de imprensa, convocada pelo advogado no dia 25 de janeiro, não foi divulgada informação sobre o valor da herança deixada por Jamil Name, que morreu aos 82 anos, em 27 de junho do ano passado, enquanto estava preso em Mossoró (RN), após ter sido alvo da Operação Omertà.

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