Evento com 2 edições na Capital, Sesi Bonecos do Mundo está na mira da PF
Festival trouxe para Campo Grande grupos nacionais e também da Itália, Rússia, Estados Unidos e Coréia, Peru, Japão
Contratos para o evento Sesi Bonecos do Mundo estão entre os investigados pela PF (Polícia Federal) na Operação Fantoche. Tanto que o nome dado a força-tarefa faz referência ao evento que rodou o Brasil e teve duas edições em Campo Grande, 2009 e 2013.
O evento trouxe para a Capital grupos nacionais e também da Itália, Rússia, Estados Unidos e Coréia, Peru, Japão.
Em 2013, com estrutura de encher os olhos – três palcos e mais estandes espalhados pelo Parque das Nações Indígenas –, por todo canto, era possível encontrar gente grande que voltou a ser criança diante das apresentações.
Na edição de seis anos atrás, o representante sul-mato-grossenses foi a peça Crianceiras, com poesias de Manoel de Barros musicadas por Márcio de Camillo. A banda Pato Fu encerrou com show a programação do sábado, dia 24 de agosto daquele ano.
A PF ainda não detalhou se as apresentações na Capital estão na mira.
Mandados na Capital – A Fantoche, operação comandada pela Polícia Federal do Pernambuco que investiga corrupção envolvendo o Ministério do Turismo e o Sistema S, tinha dois mandados de busca e apreensão em Campo Grande.
Na Casa da Indústria, o onde estão o Sesi (Serviço Social da Indústria), o Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) e a Fiems (Federação da Indústrias de Mato Grosso do Sul), na Avenida Afonso Pena, no Bairro Amambaí, PF passou cerca de 3 horas.
Três viaturas levaram agentes até o prédio. As equipes vasculharam o 3º andar, conforme apurou o Campo Grande News, e deixaram o local com malote nas mãos.
A operação também esteve no Edifício Manoel de Barros, a Rua Príncipe Ranier, entre a Via Parque e a antiga Rua Furnas, em frente ao Shopping Campo Grande.
A reportagem apurou que até 2015, o presidente da Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul, Sérgio Marcolino Longen, morava no condomínio de luxo, mas atualmente reside em outro prédio.
A reportagem confirmou que agentes estiveram no Manoel de Barros, mas a PF não divulgou se Longen era o alvo do 2º mandado de busca.
No início da manhã, a reportagem entrou em contato com o presidente da federação, Sérgio Longen, que pediu para retornar a chamada e logo desligou.
O Campo Grande News também tentou falar com o presidente na Fiems, mas a portaria impediu que a equipe subisse. A assessoria de imprensa informou apenas que a federação vai se manifestar por meio de nota.
A operação – A ação, que conta com colaboração do TCU (Tribunal de Contas da União), investiga os crimes de organização criminosa que cometeu crime contra a administração pública, fraudes licitatórias, associação criminosa e lavagem de ativos.
O esquema de corrupção envolve um grupo de empresas controladas por uma mesma família que tem contratos e convênios com o Ministério do Turismo e entidades do Sistema S. Estima-se que o grupo empresarial lucrou pelo menos R$ 400 milhões em 17 anos, de 2002 até agora.
Além de Campo Grande, também foram emitidos mandados para cumprimento em cidades de outros seis estados – dentre elas, Belo Horizonte (MG), Nova Lima (MG), Brasília (DF), Maceió (AL), Campina Grande (PB) e São Paulo (SP).
São no total 10 mandados de prisão temporária e 40 de busca. Só no Pernambuco, são 23 ordens judiciais – sete para prender e 23 para vasculhar endereços.
A operação prendeu o presidente da CNI (Confederação Nacional das Indústrias), Robson Braga. Longen é um dos vice-presidentes da entidade.
Sistema S - É o nome dado ao conjunto de nove instituições de interesse de categorias profissionais, estabelecidas pela Constituição - Sesi, Senai, Sebrae, Senac, Senar, Sest, Senat, Sesc e Sescoop.