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Cidades

Polícia Federal investiga patrimônio dos suspeitos da Operação Fantoche

Polícia Federal não detalhou mandados cumpridos nos estados, dizendo que há "vínculos dos institutos investigados e pessoas sediadas em outros estados". Operação investiga convênios do Ministério do Turismo e Sistema S

Silvia Frias | 19/02/2019 16:06
PF cumpriu mandados de busca e apreensão na Casa da Indústria, sede do Sistema S (Foto: Henrique Kawaminami)
PF cumpriu mandados de busca e apreensão na Casa da Indústria, sede do Sistema S (Foto: Henrique Kawaminami)

A Polícia Federal irá centrar investigação no patrimônio dos suspeitos investigados na Operação Fantoche, desencadeada hoje, com objetivo de desarticular organização criminosa contra administração pública, fraudes licitatórias e lavagem de ativos.

O alvo são convênios envolvendo o Ministério do Turismo e o Sistema S, especificamente, o Sesi com ONGs. Foram cumpridos 47 mandados de busca e apreensão e de prisão em Pernambuco, Alagoas, Paraíba, Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso do Sul e no Distrito Federal.

Em entrevista coletiva, a delegada da PF em Pernambuco, Heloísa Albuquerque, falou sobre o esquema, mas sem detalhar nomes dos envolvidos. Segundo ela, o Ministério do Turismo fazia convênio com OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) que fazia cotação de preços simulada com três empresas.

“Essas empresas tinham vínculo societário ou tinham mesmo cadastro, como por exemplo, o mesmo endereço ou telefone”, disse Heloísa. A cotação era simulada, apenas para constar que houve uma concorrência. A vencedora executava o objeto do convênio, por vezes, parcialmente, acima do valor de mercado do produto contratado.

Por vezes, uma licitação era elaborada, mas as exigências eram tão minuciosas, claramente voltadas para projetos específicos que somente uma determinada empresa poderia atender.

Sem detalhar as empresas, a PF informou que há convênios com valores de R$ 4 a R$ 10 milhões dos projetos executados desde 2002. No total, o prejuízo ao erário é estimado em R$ 400 milhões, mas pode ser maior, já que há dificuldade em mensurar os documentos do Sistema S que não tem obrigação de prestação de contas. A instituição faz o registro dos gastos por meio de atos declaratórios, alimentos pelo próprio sistema.

A investigação começou em 2014 e teve como base relatórios elaborados pelo TCU (Tribunal de Contas da União), que havia reprovado alguns convênios firmados pelo Ministério do Turismo, análise financeira das empresas e quebra de sigilo bancário.

Heloísa Albuquerque não detalhou os mandados cumpridos nos estados, mas disse que o volume de recursos negociados nos convênios acima da média nacional foram encontrados em PE, AL, PB e MG.

“Tem vínculos desses institutos e pessoas sediadas em outros estados, tem vínculos que levam a crer que essas pessoas tinham que conhecimento de tudo, um contato preliminar e também passaram a executar os projetos”.

Fantoche - Contratos para o evento Sesi Bonecos do Mundo estão entre os investigados pela PF (Polícia Federal) na Operação Fantoche. Tanto que o nome dado a força-tarefa faz referência ao evento que rodou o Brasil e teve duas edições em Campo Grande, 2009 e 2013.

Na Casa da Indústria, o onde estão o Sesi (Serviço Social da Indústria), o Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) e a Fiems (Federação da Indústrias de Mato Grosso do Sul), na Avenida Afonso Pena, no Bairro Amambaí, PF passou cerca de 3 horas.

A operação prendeu o presidente da CNI (Confederação Nacional das Indústrias), Robson Braga. Longen é um dos vice-presidentes da entidade. Também foi detido o dono da Aliança Comunicação, Luiz Otávio Gomes Vieira da Silva.

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