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Cidades

Polícia Federal investiga seis projetos executados pelo Sesi no Estado

Em coletiva esta tarde, o presidente da Fiems, Sérgio Longen, disse que documentos "estão à disposição da PF" para averiguação e que projetos foram auditados

Silvia Frias e Guilherme Henri | 19/02/2019 17:00
"De nosso conhecimento, não tem distorções", disse o presidente da Fiems, Sérgio Longen, sobre contratos investigados pela PF em MS (Foto: Kisie Ainoã)
"De nosso conhecimento, não tem distorções", disse o presidente da Fiems, Sérgio Longen, sobre contratos investigados pela PF em MS (Foto: Kisie Ainoã)

Seis projetos desenvolvidos pelo Sistema S, entre os anos de 2010 e 2014, são alvos da Polícia Federal em Mato Grosso do Sul e levaram à Operação Fantoche, que investiga desvio de recursos públicos por organização criminosa. O presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Robson Braga de Andrade foi preso na ação.

Comandada pela PF em Pernambuco, com apoio de equipes em MS, AL, PB, MG e interior de SP, a operação cumpriu 47 mandados de busca e apreensão e dez de prisão.

Em coletiva esta tarde, o presidente da Fiems (Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul), Sérgio Longen disse que ação da PF concentrou-se no 3º andar do prédio da entidade, onde fica a Controladoria.

Foram recolhidas informações sobre os seguintes projetos desenvolvidos entre 2010 e 2014:

- Quatro projetos do “Cine Sesi”, desenvolvido em 60 municípios de MS;

- Dois projetos “Na Ponta da Língua”, relacionado à revisão ortográfica, realizado em duas etapas (primeira em 46 cidades e, a segunda, em 37 cidades);

- Dois projetos Fito (Festival Internacional de Teatro de Objetos), com público de 44,5 mil pessoas em Campo Grande.

- “Fábrica Verde”, com distribuição em 20 cidades de 89,4 mil cartilhas sobre a relação da fauna e da indústria;

- “Em Nome da Cidade”, que trata da origem dos municípios e foi executado em 20 municípios;

- Dois projetos do “Arte no Canteiro”, executado em 44 canteiros de 13 cidades de MS.

Segundo Longen, “100% dos projetos foram licitados e executados na totalidade, 100% foram pagos. De nosso conhecimento, não tem distorções, tudo foi auditado pela CGU e pelo TCU”.

Os contratos foram firmados com (IMDC) Instituto Mineiro de Desenvolvimento, IPCB (Instituto de Produção da Cultura Brasileira) e o Instituto Origami. No caso da última empresa, consta que um dos mandados de prisão refere-se ao advogado e presidente do instituto, Hebron Costa Cruz Oliveira, conforme o site T5 da Paraíba.

“Quem são essas empresas, se é familiar, eu não sei (...), mas foi tudo dentro dos princípios da legalidade”, afirmou o presidente da Fiems. 

O presidente da Fiems disse que não irá fazer uma nova varredura nos projetos e disse que tudo “está à disposição” da Polícia Federal para averiguação.

Busca – entre os endereços visitados pela PF hoje, está o Edifício Manoel de Barros, na rua Príncipe Ranier. Nesse prédio, fica o antigo apartamento de Longen.

“Eu não sei o que ela (PF) buscou no meu ex-endereço, eu não moro lá, estou fora há dois anos”, explicou. Segundo Longen, o apartamento pertence à ex-mulher dele e está alugado há anos. “Tenho minha própria empresa, onde trabalhei e despachei hoje de manhã, normalmente; não sei o que foram fazer, essas ações que PF executa, não erra endereço desse tamanho não”.

Operação Fantoche - Em entrevista coletiva, a delegada da PF em Pernambuco, Heloísa Albuquerque, falou sobre o esquema, mas sem detalhar nomes dos envolvidos. Segundo ela, o Ministério do Turismo fazia convênio com OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) que fazia cotação de preços simulada com três empresas.

“Essas empresas tinham vínculo societário ou tinham mesmo cadastro, como por exemplo, o mesmo endereço ou telefone”, disse Heloísa. A cotação era simulada, apenas para constar que houve uma concorrência. A vencedora executava o objeto do convênio, por vezes, parcialmente, acima do valor de mercado do produto contratado.

O valor estimado de prejuízo é de R$ 400 milhões.

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