Após prisões, PF investigará tráfico de drogas por troca de bebês em MS
Um dia após a prisão da manicure Renata Silva de Jesus, 33 anos e Robison dos Santos Rossimaister, 22 anos, envolvidos no sequestro de um bebê, em Campo Grande, a Polícia continua com as buscas para prender outros 3 suspeitos. Por outro lado, uma cópia do inquérito será encaminhada à Polícia Federal, já que as investigações apontam para o “tráfico internacional de drogas por troca de criança”, segundo o delegado Paulo Sérgio Lauretto, responsável pelas investigações.
“Já temos a identificação do marido da Renata, que se trata do Carlos dos Santos, 25 anos, vulgo Dedinho. Ele continua foragido, bem como os dois bolivianos que teriam vindo para cometer o crime. Queremos prendê-lo o mais rápido possível, para confirmar a versão. E vamos comunicar a Polícia Federal sobre o fato, já que pode se tratar de um crime a nível internacional”, diz o delegado.
A participação dos supostos bolivianos chegou ao conhecimento da Polícia com o depoimento da Renata. Ela negou ter “arquitetado” o sequestro, passando a responsabilidade para o pai da criança. Este último estaria devendo R$ 4 mil aos traficantes, sendo que a dívida seria paga com a criança.
Renata, como havia perdido um bebê há dez dias, negociou a compra do bebê. “Inicialmente eles vão responder por sequestro e cárcere privado, com o agravante por se tratar de um recém nascido. No entanto, com o caminhar das averiguações, estamos constatando a possibilidade deles responderem também pelo tráfico de pessoas”, comenta o delegado.
Sequestro – A menina de nome Nicole foi sequestrada por quatro pessoas na noite de sábado (16), na rua 10, bairro Dom Antônio Barbosa. O crime, segundo a Polícia, ocorreu 10 horas após a mãe ter alta médica.
No dia 13 de novembro, o bebê nasceu. No outro dia, testemunhas constataram a presença de um “veículo estranho” rondando a rua 10, onde reside a adolescente. No sábado, às 11h, ela foi liberada e, conforme a Polícia, ainda não havia registrado a menina porque precisava ir ao Juizado da Infância e Juventude.