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Cidades

Bloqueador de celular na Máxima não cala PCC, aponta denúncia

Preso, que liga facção a criminosos no Paraguai, negociava drogas de dentro do presídio

Aline dos Santos | 17/07/2018 09:21
Operação Echelon cumpriu mandados na Máxima de Campo Grande em 14 de junho. (Foto: Saul Schramm)
Operação Echelon cumpriu mandados na Máxima de Campo Grande em 14 de junho. (Foto: Saul Schramm)

O bloqueador de celular na Máxima de Campo Grande não impede a comunicação da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). A falha no sistema, implantado em 2014 sob título de tecnologia de ponta, já foi mostrada pelo Campo Grande News e, agora, ganha projeção na operação Echelon, que foi realizada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) de Presidente Prudente (São Paulo) e cumpriu mandados em Mato Grosso do Sul.

De acordo com a Folha de São Paulo, no presídio Jair Ferreira de Carvalho, a Máxima, aparelhado com o bloqueador de celular, foram detectados telefonemas de Carlos Henrique dos Santos Costa, conhecido como Paraguai, que aparece negociando drogas no Paraguai. Ou seja, liga a facção a criminosos no Paraguai

A operação ainda flagrou ligações no presídio de Valparaíso, que fica no interior de São Paulo, e também tem bloqueador de celular. Lá, o preso que usou celular foi Douglas dos Santos, conhecido como Periferia, e acusado de organizar atividades do PCC em Sergipe e Tocantins.

Celulares apreendidos em uma das várias operações pente-fino feitas na Máxima. (Foto: Arquivo)
Celulares apreendidos em uma das várias operações pente-fino feitas na Máxima. (Foto: Arquivo)

Ao jornal paulista, o governo de Mato Grosso do Sul informou que tem realizado “ações importantes na área de inteligência com objetivo de combater a propagação de crimes ordenados de dentro do presídio”.

O Campo Grande News fez contato com a assessoria de imprensa da Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública) e aguarda retorno.

Echelon - Deflagrada em 14 de junho, a ação desmantelou a célula “Sintonia de Outros Estados e Países”, pertencente à facção criminosa, com atuação em 14 Estados e países vizinhos. Conforme o MP/SP (Ministério Público de São Paulo), a célula agia como uma rede de comunicação para executar fora dos presídios as ordens que vinham dos líderes presos, como execuções de agentes do Estado, queima de ônibus e assassinato de rivais de outras facções.

A investigação teve início no presídio de Presidente Venceslau (SP). Após a instalação de telas de contenção nos dutos da rede de esgoto da penitenciária, foi possível apreender e recuperar fragmentos de cartas que presos dispensaram durante fiscalizações de rotina das celas.

Os manuscritos foram submetidos a exame grafotécnico pelo Instituto de Criminalística, que concluiu que as anotações efetivamente partiram das pessoas indicadas. Uma das cartas cita que alguns integrantes de outros Estados se deslocariam para São Paulo para aprender a montar bombas que seriam usadas em possíveis ações.

Alvos em MS - Durante a operação Echelon, equipes policiais de São Paulo cumpriram ao menos três mandados de prisão preventiva contra internos do presídio Jair Ferreira de Carvalho, a Máxima, em Campo Grande.

A ação também “prendeu” José Cláudio Arantes, o Tio Arantes, um dos líderes do PCC no Estado. Com 63 anos, ele cumpre pena na PED (Penitenciária Estadual de Dourados), por envolvimento em assalto a bancos em Campo Grande no ano passado. O nome da operação quer dizer "atacar em ondas".

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