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Capital

Ordem para decapitar jovem em MS saiu de cúpula nacional do PCC

Mensagens interceptadas pela polícia de SP durante operação Operação Echelon realizado no mês passado em MS e em outros 13 estados

Guilherme Henri e Geisy Garnes | 09/07/2018 12:10
Leoni de Moura Custódio, 18 anos (Foto: Arquivo Pessoal)
Leoni de Moura Custódio, 18 anos (Foto: Arquivo Pessoal)

Conversas do PCC (Primeiro Comandando da Capital) interceptadas pela polícia de São Paulo mostram que a ordem de decapitar jovem no dia 28 de setembro do ano passado em Mato Grosso do Sul partiu da cúpula interestadual da facção. A data é a mesma do desaparecimento de Leoni de Moura Custódio, 18 anos, encontrado dois dias depois carbonizado e sem a cabeça no aterro sanitário de Campo Grande.

As informações foram divulgadas pelo jornal O Estado de São Paulo com base em mensagens de Sérgio Souza da Silva, chefe da facção que ocupava a função de “Geral da Rua”. Ele é um dos 75 denunciados na Operação Echelon, realizada no mês passado em Mato Grosso do Sul e em outros 13 estados.

Conversas mostram que os chefes da facção nos estados pedem autorização para executar o crime à Sintonia dos Estados e Outros Países – que chefia interinamente a facção - composto por sete integrantes.

Abaixo da sintonia estava o “Resumo dos Estados”, onde atuava Rafael Silvestri da Silva, o Gilmar, e Adriano Hilário dos Santos, o Kaique.

Equipes da Polícia Civil de São Paulo na Máxima no mês passado (Foto: Saul Schramm)
Equipes da Polícia Civil de São Paulo na Máxima no mês passado (Foto: Saul Schramm)

Os dois eram consultados quando chefes estaduais da facção decidiam matar desafetos e integrantes de grupos como o Comando Vermelho. É assim que Gilmar ordena no dia 28 de setembro de 2017 o assassinato de Leoni, supostamente ligado ao Comando Vermelho em Mato Grosso do Sul, informou o jornal.

“Faz um vídeo e ranca (sic) a cabeça dele fora. Eu quero que ranca a cabeça dele fora”, ordena Gilmar. O subordinado quer ter certeza da ordem e pergunta: Já pode matar então?”. Gilmar responde que sim. “Pode cortar a cabeça dele, é CV confirmado, certo?”

Quatro horas depois, o comparsa telefona para Gilmar e diz que já enviou o vídeo. A interceptação mostra que Gilmar não havia ainda visto o vídeo. “Deixei o outro celular em casa.” E pergunta: “Rancou (sic)”. O comparsa responde que sim. “Da hora, da hora. Vamos pegar o próximo agora.” Em outra oportunidade, Gilmar manda “arrancar o coração” da vítima, “passar o facão”, que o “chicote vai estalar”. “Tira foto para nós”, recomenda o chefe ao subordinado. “Demorô”, responde o comparsa.

Pela sequência de crimes, a última parte da conversa pode estar ligada as mortes de Rudnei da Silva Rocha, o “Babidi”, e de José Carlos Figueiredo, o “Coroa”, todas no final de 2017 onde as vítimas também foram decapitadas.

Leoni e investigações – Conforme apurado pelo Campo Grande News, a investigação da morte de Leoni recentemente foi transferida para a Delegacia de Homicídios, também responsável pelas outras duas decapitações.

A polícia de São Paulo deve nos próximos dias enviar mensagens e áudios para a polícia de cada estado para auxiliar nos trabalhos.

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