ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, SEXTA  22    CAMPO GRANDE 28º

Cidades

Por meio de bilhete, PCC tentou contratar "Lúcifer" para matar rival

Detento "contratado" não tem elo com a facção paulista mas cumpre pena há quase 20 anos, e criou sua própria facção criminosa, a Cerol Fininho, conhecida por arrancar as vísceras das vítimas

Danielle Valentim | 16/07/2018 07:45
O alvo seria Zé Roberto da Compensa custodiado na Presídio Federal de Campo Grande. (Foto: Divulgação/Polícia Militar do Amazonas)
O alvo seria Zé Roberto da Compensa custodiado na Presídio Federal de Campo Grande. (Foto: Divulgação/Polícia Militar do Amazonas)

Os desdobramentos da Operação Echelon, continuam e desta vez revelam um plano do PCC (Primeiro Comando da Capital) para matar um rival preso em Campo Grande. Por bilhete, integrantes tentaram contratar Marcos Paulo da Silva, o Lúcifer, criador da facção Cerol Fininho, para assassinar o traficante José Roberto Fernandes Barbosa, mais conhecido como Zé Roberto da Compensa, chefe da FDN (Família do Norte), quando ambos estavam no Presídio Federal de Camnpo Grande, em 2017.

As informações sobre o plano publicadas pelo UOL constam na denúncia da Operação Echelon, do MP-SP (Ministério Público de São Paulo), que acusou, há uma semana, 75 pessoas pelo crime de organização criminosa, sendo um dos alvos Tio Arantes, preso em Dourados, a 233 km de Campo Grande. Os bilhetes interceptados por agentes da Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, na região oeste de São Paulo, revelam que o PCC tentou usar Lúcifer, em 2017.

Bilhetes foram resgatados no esgoto.
Bilhetes foram resgatados no esgoto.

"Referente às ideias de tentar usar o Lúcifer para pegar o Zé Roberto FDN, é isso mesmo. Pedimos para vocês fazerem esse salve [comunicado] chegar na meta [cela] dele que, se ele fecha nessa situação, ele terá todo nosso apoio no que precisar e poderá voltar para nossa cadeia como companheiro. Ele tem nossa palavra, pois ele tava ajudando vingar a morte de vários irmãos”.

Alvo - O alvo do PCC era o traficante José Roberto Fernandes Barbosa, mais conhecido como Zé Roberto da Compensa. Ele é o chefe da FDN (Família do Norte) e mandante do "Massacre de Manaus", quando 56 presos foram assassinados durante o primeiro dia de 2017 na penitenciária da capital amazonense. Vinte e seis mortos eram integrantes do PCC.

A FDN e o PCC disputam o fluxo e venda de drogas da chamada "rota dos Solimões", além do controle da massa carcerária nas prisões da região Norte.

Segundo o depoimento confidencial de um preso amazonense, a ameaça do PCC, cujo plano de assassinato não foi concretizado, levou a direção da penitenciária federal em MS a colocar Zé Roberto em outra cela.

Arranca as vísceras - Para matar Zé Roberto da Compensa e vingar aqueles que foram assassinados pela FDN, o PCC queria utilizar os serviços do detento Marcos Paulo da Silva, o Lúcifer. Preso há quase 20 anos, ele criou sua própria facção criminosa, a Cerol Fininho, conhecida por arrancar as vísceras de suas vítimas.

Quem fez o bilhete? O plano é atribuído pelo MP paulista aos integrantes da Sintonia dos Estados, espécie de coordenação central das ações do PCC. Cada setor da facção é chamado de sintonia.

Além do chefe da FDN, outro "troféu" pedido pela cúpula do PCC a Lúcifer era o fundador da facção paulista José Márcio Felício, o Geleião - que atualmente cumpre pena em um presídio do interior paulista. Este foi expulso do PCC foi expulso do PCC quando Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, assumiu a liderança da facção. Bilhetes foram resgatados no esgoto.

Operação - Durante a operação Echelon, equipes policiais de São Paulo cumpriram ao menos três mandados de prisão preventiva contra internos do presídio Jair Ferreira de Carvalho, a Máxima, em Campo Grande.

A ação também “prendeu” José Cláudio Arantes, o Tio Arantes, um dos líderes do PCC no Estado. Com 63 anos, ele cumpre pena na PED (Penitenciária Estadual de Dourados), por envolvimento em assalto a bancos em Campo Grande no ano passado. O nome da operação quer dizer "atacar em ondas".

Nos siga no Google Notícias