Delegada diz que livro de registros da oncologia não é confiável
O livro de registros do setor de oncologia da Santa Casa de Campo Grande não é confiável, afirma a delegada Ana Cláudia Medina, da 1ª Delegacia de Polícia. O documento porta informações sobre as três mulheres que morreram após sessões de quimioterapia no hospital.
Segundo a delegada, durante depoimento da farmacêutica Rita da Cássia Junqueira Godinho, foi constatado que o livro apresentado por ela continha informações desencontradas que não batiam com dados relatados por familiares das vítimas, e pelos médicos José Maria Ascenço e Henrique Guessler Ascenço. Por este motivo, Medina alega que vai procurar novas fontes.
A delegada explica que Rita não foi a responsável por manipular o medicamento Fluorouracil (5-FU), administrado nas pacientes durante a quimioterapia, no entanto, a farmacêutica era quem registrava as manipulações no livro.
“O livro pode ser considerado falho, pois durante confronto com outros depoimentos e documentos, notamos que havia várias informações divergentes, principalmente quanto a manipulação e ao horário”, disse a delegada que na tarde hoje deve ouvir mais um farmacêutico e um enfermeiro.
Apesar destas constatações, Medina afirma que as investigações estão “se clareando”. “Ainda estamos longe de uma definição. É preciso mais dados e exames, mas as coisas estão se clareando. Acredito que em breve teremos um desfecho”, destacou.
Entre os dias 10 e 12 de julho, morreram Carmen Insfran Bernard, 48 anos, Norotilde Araújo Greco, 72 anos, e Maria Glória Guimarães, 61 anos, em decorrência de complicações após sessões de quimioterapia. Além da Polícia Civil, também investigam os casos a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e uma comissão da Santa Casa.