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Capital

"Eles morreram por nada”, diz mãe e esposa de mortos em briga em terreno

Carlos Mendes e o filho, Bruno, foram mortos a tiros por homem irritado com fogo em terreno; polícia já identificou autor do crime

Geisy Garnes e Mirian Machado | 11/02/2019 16:56
Foto tirada pela família na primeira vez que foram ao terreno mostra ao canto esquerdo o carro em que os autores teriam fugido do local após o crime (Foto: Arquivo pessoal)
Foto tirada pela família na primeira vez que foram ao terreno mostra ao canto esquerdo o carro em que os autores teriam fugido do local após o crime (Foto: Arquivo pessoal)

“Meu marido e meu filho morreram por nada”. Foi assim que Nivea Cardoso definiu o crime que tirou a vida de Carlos Mendes Figueiredo, de 42 anos e Bruno Pierri Figueiredo, de 22 anos, na noite deste domingo (10) em Campo Grande. Pai e filho foram assassinados a tiros após uma discussão por causa da limpeza de um terreno, no bairro Portal Caiobá.

No terreno em que o crime aconteceu que Bruno começaria uma nova vida. “Ele se preparava para casar. Deixou uma filha de 3 anos, Bruna é o nome dela”, contou a mãe do rapaz, que visivelmente abalada conversou com a equipe do Campo Grande News.

O rapaz de 22 anos era o primeiro filho de Nivea com o marido Carlos Mendes. Foram 23 anos de casamento que terminaram na noite de ontem, com um crime que para a família é injustificável, fruto de uma discussão banal causada pela limpeza do local em que uma casa seria construída para Bruno.

Foi o sonho de ver a casa pronta que levou o rapaz e a namorada ao terreno na tarde deste domingo. Era a segunda vez o casal ia ao local, justamente para limpá-lo. “Eram por volta das 14h30 quando fomos no terreno, juntamos um monte de mato e voltamos para casa. Por volta das 20h voltamos para tacar fogo, mas o vizinho do lado direito começou a reclamar”, contou a namorada de Bruno, que preferiu não se identificar.

A discussão começou apenas com o rapaz e um dos vizinhos, mas logo dois irmãos que moravam na casa que fica a esquerda do terreno entraram na briga. “Ali a gente não tinha nada para poder apagar, não tinha nada de água, não tinha nada, então o vizinho do lado esquerdo, como já tava alterado de bebida alcoólica, começou gritar, xingar a mãe dele”, lembrou a jovem.

Foi nesse momento que Bruno ligou para o pai e pediu para ir até lá. Segundo a namorada do rapaz, depois da ligação, um dos irmãos entrou em casa, colocou uma blusa e voltou para o terreno. Naquele momento que ela percebeu que o vizinho estava armado. “Ele voltou com um copo de alumínio na mão e colocou no cano do revólver, deu para ver ele segurando”.

A confusão continuou, um dos irmãos chamou outro vizinho, que morava na casa da esquina, para ajudar e o casal foi encurralado pelos quatro homens. “Tentamos sair do local, mais ai os quatro fecharam a gente. Veio um moreno alto tentar bater no Bruno e eu entrei na frente, nisso eu já tinha visto o revólver”.

“Meu sogro chegou e tava a minha cunhada de 10 anos dentro do carro. A hora que ele desceu, perguntou o que estava acontecendo. Nisso os caras já deram os tiros nele e eu só sabia correr para pedir ajuda”, lembrou. “Eu escutei em torno de seis tiros e a minha cunhada gritando o pai”.

Depois de matar Carlos e o filho, os dois irmãos fugiram em um Chevrolet Celta prata, que estava parado em frente à casa deles. O crime aconteceu na frente a menina de 10 anos, que depois de ver o pai e o irmão assassinados ainda foi ameaçada de morte por um dos envolvidos.

“Ele falou ‘você vai morrer agora’ e grudou no pescoço dela. Ela conseguiu de soltar e correr. Ficou com dor no pescoço, foi pro Upa Leblon, precisou tomar calmante”, contou Nivea. Segundo ela, o autor da agressão à filha mais nova se apresentou com o advogado horas depois, falou que queria ajudar a menina e foi liberado.

“A gente espera alguma coisa dessa justiça. Mataram eles por nada. Meu esposo não tinha feito nada. Eles estavam trabalhando, cuidando do que era deles”, lamentou a mulher.

A Polícia Civil já identificou o autor do crime, que é procurado. Caso é investigado pela 6 º Delegacia de Polícia Civil de Campo Grande.

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