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Capital

“Estamos sendo criativos para pagar as contas”, diz reitor da UFMS

Falta de recursos do Ministério da Educação coloca freio nos investimentos em pesquisa e desenvolvimento na Universidade

Izabela Sanchez | 18/03/2019 12:12
Campus da UFMS em Campo Grande (Foto: Arquivo/Campo Grande News)
Campus da UFMS em Campo Grande (Foto: Arquivo/Campo Grande News)

Enquanto a gestão do governo de Jair Bolsonaro (PSL) continua a batalha ideológica do MEC (Ministério da Educação) e trava a pauta da educação, as universidades públicas sofrem com a falta de recursos. Na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) não há verbas para pesquisa e desenvolvimento. É o que declarou o reitor Marcelo Augusto Santos Turine.

Turine tomou posse, na manhã desta segunda-feira (18), como presidente do Crie-MS (Conselho de Reitores das Instituições de Ensino Superior no Estado) para o ano de 2019. Ele afirma utilizar da “criatividade” para pagar, minimamente, as contas da UFMS, que tem R$ 902 milhões de orçamento do MEC em 2019.

“Não tem verba, sem verba, sem perspectiva de investimento em ciência e tecnologia por enquanto. Nós estamos com recurso de 1/18 por mês, estamos sendo criativos para poder pagar minimamente as contas nas quais o nosso mantenedor que é o MEC está liberando. Estamos tentando manter o que tem e manter o mínimo que foi no ano passado. Nosso orçamento são R$ 900 milhões, mas tem que ver o que o MEC vai liberar”, comentou

A Universidade tenta sair da crise por meio de parcerias, a exemplo do convênio de R$ 1,7 milhão com a Prefeitura de Campo Grande para estudos da malha asfáltica de Campo Grande, verba direcionada ao laboratório de transportes do curso de engenharia civil. O reitor anunciou, na solenidade desta segunda-feira, parceria com o governo do estado.

“A prioridade [gestão do Crie] é a mobilidade dos nossos estudantes, mobilidade acadêmica dos nossos estudantes nas instituições do Crie. Muitos alunos querem fazer disciplinas de graduação em outras universidades e vamos fazer um acordo de cooperação para poder ser possível isso e tem projetos de ciência e tecnologia junto com o estado”, disse.

Falta de recursos – O MEC, com a nova gestão do ministro Ricardo Vélez amarga polêmicas – a exemplo do pedido de gravação dos alunos cantando o hino – e disputas ideológicas entre militares e seguidores do guru de Bolsonaro, Olavo de Carvalho. A indefinição do futuro da pasta continua enquanto dois nomeados já foram exonerados pelo governo e o próprio ministro Ricardo Vélez tenta se manter no cargo.

Pouco foi anunciado quanto ao futuro de projetos na educação, mas a nova gestão do MEC já anunciou que o objetivo é direcionar recursos para a educação básica. A proposta é que as Universidades Federais aumentem a arrecadação própria e as parcerias.

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