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Capital

À espera da 2ª parcela, auxílio de 600 vira comida, fralda e poupança em favela

Com a grana curta, moradores contam que é preciso manter as contas na ponta do lápis

Aline dos Santos e Clayton Neves | 12/05/2020 12:27
Nesta terça-feira chuvosa e fria, Romilda recebeu a reportagem em seu lar, um pequeno barraco na Cidade de Deus(Foto: Henrique Kawaminami)
Nesta terça-feira chuvosa e fria, Romilda recebeu a reportagem em seu lar, um pequeno barraco na Cidade de Deus(Foto: Henrique Kawaminami)

Á espera da segunda parcela do pagamento do auxilio emergencial de R$ 600, ainda sem data certa para ser pago pelo governo federal, moradores da favela Cidade de Deus, no Dom Antônio Barbosa, relatam que tiveram que manter as contas na ponta do lápis para fazer o dinheiro render.

Romilda Mendes Fernandes, 64 anos, conta que comprou alimentos e o dinheiro veio em boa hora. “Estava precisando e já estou ansiosa para a segunda parcela”, diz Romilda, cuja a maior parte do sustento vem de doações. Nesta terça-feira chuvosa e fria, ela recebeu a reportagem em seu lar, um pequeno barraco na Cidade de Deus.

Armário com alimentos na casa de Dayane, que tem dois filhos. (Foto: Henrique Kawaminami)
Armário com alimentos na casa de Dayane, que tem dois filhos. (Foto: Henrique Kawaminami)

A casa da serviços gerais Dayane Pereira, 22 anos, é uma peça de alvenaria. Dentro dela, um armário que conseguiu encher de alimentos com o auxílio emergencial. “Saquei no dia 24. Comprei leite, fraldas, enchi a geladeira. Foi muito bom”, diz. Ela conta que até a semana passada ainda tinha um pouco de dinheiro do benefício.

“Talvez, com o próximo auxílio, compre um pouco de material de construção”, afirma Dayane, que mora com o esposo e os filhos: um menino de dois anos e uma menina de 4 meses.

Desempregado, Francisco José de Barros, 30 anos, sacou o benefício de R$ 600 no último dia 30 e conta da preocupação em poupar, afinal, com a epidemia do novo coronavírus, os tempos, mais do que nunca, são incertos.

 “Como moro sozinho, serviu bastante. Comprei mantimentos que estavam faltando e paguei a prestação da casa. Não pode pegar e sair gastando com qualquer coisa”, diz.

"Comprei leite, fraldas, enchi a geladeira. Foi muito bom", conta Dayane. (Foto: Henrique Kawaminami)
"Comprei leite, fraldas, enchi a geladeira. Foi muito bom", conta Dayane. (Foto: Henrique Kawaminami)


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