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Capital

A um mês do fim do ano letivo, crianças voltam para matar saudade da escola

Tapete sanitizante, aferição de temperatura e álcool em gel já fazem parte da rotina de colégios

Anahi Zurutuza e Paula Maciulevicius Brasil | 04/11/2020 08:08
João (da direita) não escondeu a saudade do amigo, Henrique (com a mochila de rodinhas), e apesar dos abraços proibidos, deu o cotovelo para cumprimentar colega (Foto: Marcos Maluf)
João (da direita) não escondeu a saudade do amigo, Henrique (com a mochila de rodinhas), e apesar dos abraços proibidos, deu o cotovelo para cumprimentar colega (Foto: Marcos Maluf)

Depois dos decretos que estabeleceram critérios para a retomada da Educação Infantil e Ensino Médio, chegou a vez dos alunos do Fundamental 1 e 2, que correspondem do 1° ano 9° ano.  Mesmo faltando só um mês para o fim do ano letivo, pais optaram por levar os filhos de volta às aulas porque a saudade da escola falou mais alto para os pequenos.

Ontem, na véspera do retorno autorizado, escolas se preparavam para escalonar e fazer um rodízio entre os alunos. Tapete sanitizante, aferição de temperatura e álcool em gel já fazem parte da rotina das escolas.

A Prefeitura de Campo Grande definiu como obrigatório o uso de máscara apenas para crianças a partir de 6 anos. Mas, na unidade 1 do Harmonia, localizado no Jardim Bela Vista, todo mundo apareceu de máscara.

Os irmãos Maria Eduarda e Arthur não viam a hora de voltar para a escola (Foto: Marcos Maluf)
Os irmãos Maria Eduarda e Arthur não viam a hora de voltar para a escola (Foto: Marcos Maluf)

Os irmãos Maria Eduarda e Arthur estavam animados com a volta às aulas. Ela retornou à escola com os ensinamentos de segurança na ponta da língua ao ponto de dar uma “aula” sobre os procedimentos.

“Tem que pisar ali, higienizar, colocar termômetro para ver a sua temperatura, colocar álcool 70 na sua mochila, aí a gente vai pra sala e vai ficar em fileira a 1,5 metro de distância”, listou Maria Eduarda.

Os dois afirmaram que estavam com saudade dos amigos e Eduarda se lembrou do almoço da escola. “O arroz e feijão são muito bons”. Arthur, do 1º ano do Ensino Fundamental, depois de rever professora e alguns coleguinhas, voltou para frente da escola para dar um abraço no avô e recomeçar sua vida escolar, depois de quase oito meses impedidos por conta da pandemia.

João, de 8 anos, é aluno do 2º ano do Fundamental e ainda do carro já acenava para Henrique. Diz que estava com saudade da escola e do melhor amigo. Assim como Maria Eduarda, decorou as regras. "Tem que ficar de máscara e na fila".

Alunos têm a temperatura aferida antes de entrarem (Foto: Marcos Maluf)
Alunos têm a temperatura aferida antes de entrarem (Foto: Marcos Maluf)

A empresária Ana Paula da Silva Perez, mãe de João, diz não ter preocupação com o retorno “porque a escola passou essa tranquilidade”. “Ele estava feliz com a volta. Estamos confiantes, eles têm uma maturidade que a gente não imagina”.

Saudade foi a palavra que saiu da boca de quase todos os alunos. “Senti falta dos meus amigos”, revelou Isabella, 9 anos, que termina em 2020 o 4º ano.

A mãe Umarla Menezes também diz estar segura com a volta. “Vai dar tudo certo. A gente se sentiu bem seguro. Em todas as reuniões orientaram, como seria o retorno, o que os alunos deveriam fazer. Eu no meu ponto de vista, a gente sempre fica preocupado em relação aos riscos, mas faz parte, normal”.

A diretora, Talita Martins, acredita que a volta do Fundamental transcorrerá sem sobressaltos, já que a Educação Infantil e o Ensino Médio já estão de volta e nenhum problema foi registrado. “Eu acho que o que ajudou as famílias a ficarem mais calmas foi o fato da Educação Infantil e Ensino Médio voltarem antes. E voltamos com muito sucesso, não tivemos nenhum caso positivo entre crianças e isso já faz mais de um mês”.

Fila para o cumprimento dos protocolos antes da entrada na escola (Foto: Marcos Maluf)
Fila para o cumprimento dos protocolos antes da entrada na escola (Foto: Marcos Maluf)

Problemas – Apesar de estarem operando no “novo normal”, velhos problema também reapareceram com a volta às aulas, como as filas duplas e estacionamento em locais proibidos. Ali das ruas onde estão os portões de entrada da unidade 1 do Harmonia, como muitos pais quiseram acompanhar a entrada dos filhos, estacionaram os carros onde a sinalização não permite.

Carro parado na faixa amarela e trânsito confuso numa das ruas onde ficam os portões de acesso à unidade 1 do Harmonia (Foto: Marcos Maluf)
Carro parado na faixa amarela e trânsito confuso numa das ruas onde ficam os portões de acesso à unidade 1 do Harmonia (Foto: Marcos Maluf)


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