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Cidades

Na véspera do retorno, escolas preparam rodízio e escalonamento de turmas

Até sexta-feira passada, 18 escolas haviam confirmado o retorno às aulas no Ensino Fundamental em Campo Grande

Paula Maciulevicius Brasil | 03/11/2020 14:47
Salas devem seguir decreto que estabelece até 30% da capacidade máxima. (Foto: Marcos Maluf)
Salas devem seguir decreto que estabelece até 30% da capacidade máxima. (Foto: Marcos Maluf)

Depois dos decretos que estabeleceram critérios para a retomada da Educação Infantil e Ensino Médio, chegou a vez dos alunos do Fundamental 1 e 2, que correspondem do 1° ano 9° ano. Na véspera do retorno autorizado para esta quarta-feira (4), as escolas se preparam para escalonar e fazer um rodízio entre os alunos.

"Me surpreendeu, a porcentagem na casa dos 43%. Tanto na Educação Infantil quanto no Ensino Médio, a gente não teve essa sinalização, a resposta dos pais foi bem mais comedida e dividida", relata a diretora do Colégio Adventista Campo-Grandense, no bairro Jardim Leblon, Matiele Aguiar.

Com cerca de 850 alunos, a escola optou por dividir: amanhã voltam os alunos do 1º ao 5º ano e na segunda-feira (9), do 5º ao 9º ano. Na véspera do retorno da primeira turma, o dia está sendo de pais comparecendo à escola para assinar o termo de compromisso. "Só pode voltar o aluno cujo pai veio aqui e assinou o termo", destaca a diretora.

Como na entrada, os alunos vão passar por triagem, escolas também estão escalonando horários de chegada. (Foto: Marcos Maluf)
Como na entrada, os alunos vão passar por triagem, escolas também estão escalonando horários de chegada. (Foto: Marcos Maluf)

Até sexta-feira passada, 18 escolas haviam confirmado o retorno às aulas no Ensino Fundamental em Campo Grande.

A capacidade máxima conforme o decreto é de 30%, com isso, a escola vai poder ter turmas de nove e também 10 alunos, a depender do espaço e do número de crianças daquele ano específico. "A hora que der este limite, a gente vai criar o escalonamento", explica Matiele.

Além do levantamento junto aos pais de interessados em voltar às aulas presenciais, a escola mandou para a casa dos alunos um comunicado com o decreto e todas as medidas de segurança.

Na visão da diretora, a alta procura no retorno é consequência da segurança que os pais sentiram vendo a Educação Infantil e o Ensino Médio. "Os pais observaram como foi o retorno deles e os cuidados que a escola teve em transmitir essa segurança correm de boca a boca. Já a parcela que ficou analisando se voltava ou não colocou na balança o bem estar, o quão importante é voltar para este contato presencial e resgatar essa rotina, acredito que este seja outro fator", elenca Matiele.

Na reta final, a diretora também vê uma vontade dos pais e alunos de darem um "gás". "Você tê a turminha de alfabetização, acredito que no 1° e 2° ano vamos ter uma procura maior, só de olhar agora, já vimos que vamos ter de fazer o escalonamento", descreve.

Sinalização no chão determina distância e guia fluxo de alunos nos corredores. (Foto: Marcos Maluf)
Sinalização no chão determina distância e guia fluxo de alunos nos corredores. (Foto: Marcos Maluf)

As entradas dos alunos são feitas em portarias diferentes, como a escola tem quatro, as turmas não se encontram e ainda existe o intervalo de 10 minutos dos horários de entrada e saída.

No chão, a adesivagem reforça a distância que as crianças precisam tomar, respeitando a distância mínimo de 1 metro, além do fluxo a ser seguido, para evitar que turmas diferentes se encontrem nos corredores.

O intervalo será feito também de forma escalonada, mas apenas para os alunos espairecerem. Já que os lanches serão feitos dentro das salas. "A saída de intervalo será mesmo para eles se movimentarem um pouco, aquele recreio como a gente conhece, não existe mais. No lanche, é cada um comendo na sua carteira", reforça a diretora.

Tapete sanitizante, aferição de temperatura e álcool em gel não é mais novidade nem em escola nem em lugar nenhum. O decreto torna obrigatório o uso de máscara apenas para crianças a partir de 6 anos, assim como determina que bebedouros devem ser interditados e os banheiros também precisam estar intercalados para o uso. Monitores estarão cuidando para não permitir que mais de dois alunos entrem no banheiro ao mesmo tempo.

Dispenser de álcool em gel estão espalhados por toda escola. (Foto: Marcos Maluf)
Dispenser de álcool em gel estão espalhados por toda escola. (Foto: Marcos Maluf)

No Colégio Harmonia, localizado no Bairro Jardim Bela Vista a sinalização de retorno ficou na metade. Diretora da escola, Talita Martins fala que depois de reuniões e dos pais lerem o decreto e o manual de biossegurança elaborado pela escola, de 50 a 60% das famílias quiseram voltar. "Quando nós retornamos a Educação Infantil e depois o Ensino Médio, muitas famílias procuraram o ensino presencial, então já esperávamos atender uma média de 55% das famílias no presencial", explica.

Com a vantagem do tamanho das unidades, a escola consegue comportar um bom número de pessoas ao mesmo tempo.

"A escola conseguiu alocar todos os alunos que optaram na enquete pelo retorno para as aulas presenciais e  deixou remotamente os que assim preferiram ficar. Também, permanecemos no período integral com todas as turmas", resume a diretora.

Carteiras devem seguir distanciamento entre uma e outra. (Foto: Marcos Maluf)
Carteiras devem seguir distanciamento entre uma e outra. (Foto: Marcos Maluf)

No Harmonia, as salas maiores vão comportar até 14 alunos e as menores, serão limitadas a nove. Os horários de entrada e saída das turmas também serão escalonados. "Até porque, na entrada eles passam por um processo de triagem, tem a sanitização dos calçados, a aferição de temperatura, higienização com álcool 70", enumera Talita. Para não gerar aglomeração, as turmas terão horários diferentes.

Relembre - Com escolas particulares fechadas desde o dia 20 de março, as aulas presenciais voltaram aos poucos, primeiro com a Educação Infantil no dia 21 de setembro, tendo de seguir quatro páginas de medidas estabelecidas em decreto. Depois foi a vez do retorno do Ensino Médio, no dia 19 de outubro e agora, do Ensino Fundamental, com abertura permitida a partir do dia 4 de novembro.

Segundo a assessoria da Prefeitura, até sexta-feira, 18 escolas tinham assinado o termo de compromisso de seguir as medidas de biossegurança junto à Vigilância Sanitária. O documento é fundamental para o retorno.

Entre as escolas maiores, a volta deve acontecer na semana que vem nos Colégios Mace, Nota 10, Máxima, Gappe, Funlec, Auxiliadora, General Osório e Dom Bosco.

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