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Capital

Abandonado, Centro Comunitário de bairro é ocupado por família e vira igreja

Moradores afirmam que a invasão está em fase de regularização junto a Prefeitura de Campo Grande

Por Geniffer Valeriano e Gabi Cenciarelli | 06/02/2025 14:09
Abandonado, Centro Comunitário de bairro é ocupado por família e vira igreja
Fachada do Centro Comunitário do Bairro Vida Nova, após ser transformado em igreja (Foto: Henrique Kawaminami)

Abandonado durante a pandemia, o Centro Comunitário do Bairro Vida Nova, em Campo Grande, deixou de oferecer cursos e outras atividades à população. Ele foi ocupado por uma família e também transformado em uma igreja por pastor identificado como Antônio César.

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Um Centro Comunitário abandonado durante a pandemia no Bairro Vida Nova, em Campo Grande, foi ocupado por uma família que o transformou em igreja. Segundo moradores, a invasão está em processo de regularização junto à Prefeitura. No local, a família construiu duas casas e realiza projetos sociais, incluindo arrecadação de roupas e alimentos para distribuição na cracolândia. Antes da ocupação, o espaço era utilizado para eventos comunitários e recreação infantil, mas ficou abandonado durante a pandemia, atraindo usuários de drogas. A Prefeitura de Campo Grande foi procurada, mas não se manifestou sobre o caso. Em situação similar, em julho de 2024, outro centro comunitário na Vila Margarida foi irregularmente transformado em estacionamento particular, resultando em multa para uma empresa de internet.

O terreno é grande. No imóvel principal fica a igreja e, ao lado, foram construídas duas casas de alvenaria, onde vivem as famílias. Em um dos imóveis mora a irmã do pastor responsável pela igreja.

Mecânico, de 39 anos e que preferiu não ser identificado, conta que antes da pandemia o centro comunitário era usado para eventos e recreação de crianças do bairro. Com o avanço da covid, os eventos foram cancelados e o local ficou abandonado.

“Depois que abandonou, começou um monte de usuário de droga fazer baderna, e aí depois esse pessoal que tá aí ocupou. Ali na igreja ficou até melhor que os moradores de droga. Antes a igreja do que era antes”, relatou o mecânico.

Ex-presidente do bairro, de 79 anos, que também pediu para não ter o nome divulgado, afirma ter “lavado as mãos”. O idoso conta que chegou a questionar os invasores sobre o uso do espaço e foi dito que o local estava em processo de regularização.

Abandonado, Centro Comunitário de bairro é ocupado por família e vira igreja
Placas do centro comunitário foram cobertas por faixas com o nome da igreja (Foto: Henrique Kawaminami)

Enquanto o Campo Grande News esteve no local, foi possível observar que a família construiu duas casas no terreno do centro comunitário. Ainda foi encontrado um informe, colado na parede, de um projeto de apoio à adoção.

Para a reportagem, a irmã do pastor da igreja que está no centro comunitário confirmou que a família invadiu o local. Porém, a mulher não comentou sobre a regularização do local. “A gente está cuidando daqui. Aqui não tinha presidente do bairro, só tinha um senhor cuidando, mas ele foi embora para a fazenda e foi quando o meu irmão entrou aí”, contou.

A mulher ainda afirma que no local, a família atua realizando projetos sociais com arrecadação de roupas e alimentos. “A gente arrecada, faz alimento e leva para a cracolândia, lá na rodoviária velha”.

Campo Grande News procurou a Prefeitura de Campo Grande para falar sobre o caso, mas até o momento não houve retorno. O espaço segue aberto.

Abandonado, Centro Comunitário de bairro é ocupado por família e vira igreja
Veículos da empresa de internet estacionados no Centro Comunitário da Vila Margarida (Foto: Osmar Veiga/Arquivo)

Recorrente - Em julho de 2024, uma empresa de internet foi multada após transformar o Centro Comunitário da Vila Margarida em estacionamento particular. Na época, o empresário afirmou que possuía um acordo com o presidente do bairro há cerca de quatro anos. O responsável pelo empreendimento ainda afirma que tudo é registrado em ata.

Para essa situação, a Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana) explicou que os centros comunitários não podem ser usados dessa forma. “As atividades dos centros comunitários devem atender os serviços destinados aos interesses da comunidade, conforme previsto nos seus estatutos”.

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