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Capital

Acusação espera pena de até 49 anos e defesa pede tratamento para assassino

“É muito mais seguro ele ser tratado como deve, do que ser apenado”, diz advogado

Aline dos Santos e Geisy Garnes | 13/08/2021 09:05
Acusação espera pena de até 49 anos e defesa pede tratamento para assassino
Marcos André no início de julgamento nesta sexta-feira. (Foto: Henrique Kawaminami)

Assassino de Carla Santana Magalhães, Marcos André Vilalba Carvalho, 22 anos, vai hoje a júri popular e mobiliza duas teses distintas. A acusação espera pena de até 49 anos, enquanto a defesa vai pedir internação sob justificativa de que o réu é doente.

Ele responde por homicídio qualificado por feminicídio, motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima, além de estupro, vilipêndio e ocultação de cadáver.

Para o advogado José Belga Trad, assistente da acusação, a pena deve ser de 20 a 49 anos. Na defesa do preso, o advogado Sebastião Francisco dos Santos Júnior sustenta a necessidade de tratamento.

“Isso é uma doença. É nós vamos provar. Tecnicamente, uma pessoa que é doente deve ser submetida a uma medida de segurança. É muito mais seguro ele ser tratado como deve, do que ser apenado. Isso é dever do Estado garantir”.

Acusação espera pena de até 49 anos e defesa pede tratamento para assassino
Sebastião Francisco dos Santos Júnior atua na defesa do assassino de Carla. (Foto: Henrique Kawaminami)

Segundo a defesa, não há a qualificadora de feminicídio (assassinato de uma mulher pelo simples fato de ser mulher). “Ele é réu confesso. Deu detalhes do que fez e, com certeza, não pode ficar em liberdade. Mas o que eu quero frisar, é que temos que trabalhar para que ele tenha o tratamento correto”, afirma Sebastião.

O julgamento acontece na 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande. Sete jurados vão decidir o destino do assassino. Segundo o juiz Aluízio Pereira dos Santos, a previsão é de que o julgamento termine às 14h. A sessão não terá depoimento de testemunhas. O júri começa com o interrogatório do réu.

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Segundo juíz Aluízio Pereira dos Santos, julgamento deve ser encerrado às 14h. (Foto: Henrique Kawaminami)

O crime – Carla Santana Magalhães, 25 anos, desapareceu na noite de 30 de junho do ano passado, no Bairro Tiradentes, em Campo Grande. Seu último registro foi um grito desesperado, chamando pela mãe, antes de desfalecer com o golpe “mata leão” aplicado pelo autor. Sem qualquer pista, a família e os vizinhos fizeram uma força-tarefa para encontrá-la.

A busca terminou em 3 de julho, num cenário trágico: o cadáver da jovem apareceu nu, na calçada de um bar, na mesma rua onde ela desapareceu. No dia 19 de julho, Marcos foi abordado por policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar, que encontraram vestígios de sangue dentro da quitinete onde morava. Responsável pela investigação, a equipe da DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídios) foi ao local e efetuou a prisão.

Em todo o tempo que foi ouvido, o assassino deu apenas uma suposta motivação: o fato de Carla não tê-lo cumprimentado durante encontro na rua de casa. Somente em juízo, Marcos admitiu o estupro. Ele está preso no Instituto Penal de Campo Grande.

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Família de Carla vestiu camiseta com foto da jovem vítima de crime cruel. (Foto: Henrique Kawaminami)


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