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Capital

Adepol e OAB vão acompanhar caso de delegado que parou veículo à bala

Associação de delegados se baseou no relato do policial, de que motorista cometeu infrações de trânsito

Guilherme Correia | 17/02/2022 11:00
Pneu de carro recebeu três disparos para que motorista parasse. (Foto: Kísie Ainoã)
Pneu de carro recebeu três disparos para que motorista parasse. (Foto: Kísie Ainoã)

Adepol (Associação dos Delegados de Polícia do Estado) de Mato Grosso do Sul e OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) estadual afirmaram que acompanharão caso policial que envolve o delegado-geral da Polícia Civil, Adriano Garcia Geraldo, que disparou contra um veículo para que parasse, após a motorista exibir o dedo médio a ele, em Campo Grande.

O posicionamento da associação de delegados foi publicado nesta quinta-feira (17), no site oficial da instituição, em relação ao caso que aconteceu ontem. O pronunciamento se baseia de forma favorável ao relato de Adriano, registrado em boletim de ocorrência.

Conforme noticiado pelo Campo Grande News, o servidor perseguiu uma motorista, na Avenida Mato Grosso, após ela ter mostrado o dedo a ele. Segundo o delegado, ela o "fechou" na pista e fugiu, mas a mulher nega que tenha cometido infração no trânsito. Ela dirigia um Renault Kwid e parou o veículo quando houve disparos no pneu.

Segundo ela, o carro afogou no meio da rua e motorista que vinha atrás buzinou contra ela, o que a motivou a fazer o gesto ofensivo. A partir daí, ela relata ter sido perseguida em outras ruas, quando no cruzamento da Mato Grosso, Adriano desceu do carro e atirou.

Ela tinha uma câmera portátil acoplada no para-brisa, o que poderia indicar a ação do policial. No entanto, relata que outros servidores exigiram e apreenderam o cartão de memória da filmadora.

Já a seccional sul-mato-grossense da OAB se limitou a afirmar que acompanhará a investigação. "Segundo informações amplamente divulgadas pela mídia, o delegado-geral da Polícia Civil do Mato Grosso do Sul disparou sua arma de fogo contra um veículo conduzido por uma motorista em via pública de grande circulação em Campo Grande."

Posicionamento - A Adepol se baseia em registro feito na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário), que deverá investigar o caso.

"Segundo consta, o delegado-geral transitava conduzindo um veículo oficial pela Avenida Mato Grosso, quando teve sua trajetória interceptada algumas vezes por outro veículo, expondo a grande risco os demais condutores da via e os transeuntes que caminhavam nas imediações."

A associação ressalta que o delegado se identificou como policial, por meio de sirene, e ordenou que a motorista parasse. "Contudo, o outro condutor não obedeceu valendo-se de manobras evasivas e perigosas e continuou seu trajeto, na tentativa de evadir-se."

No entendimento do órgão, tal prática se configura como crime de desobediência, descrito no artigo 330 da Constituição, com pena de 16 dias até seis meses, bem como ao artigo 132, que especifica "infração de expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente", com pena de até um ano.

"Não obedecendo a ordem, a condutora teria efetuado novas manobras no intuito de atingir o delegado-geral e evadir-se. Diante da situação, Adriano Geraldo realizou três disparos contra os pneus do veículo, com o objetivo de parar o veículo."

Ao final, a Adepol destaca que acredita na "apuração da Polícia Judiciária", que "apresentará os resultados das investigações e que, com certeza, esclarecerão a verdade dos fatos e todas as condutas envolvidas".

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