Adesão cresce no Jardim dos Estados e protesto atinge 32 mil pessoas
Depois de sair da Praça do Rádio Clube, por volta das 16h30 da tarde de hoje, a manifestação contra o governo Dilma Roussef foi crescendo até atingir 32 mil pessoas, segundo informações da Polícia Militar. O cálculo oficial é feito de acordo com o percurso ocupado pela população, que somou 15 quarteirões.
Por volta das 18h começou a dispersão e o público já volta para o Centro da cidade. Durante toda a caminhada, até os Altos da Avenida Afonso Pena, não houve qualquer incidente registrado, informa a PM. “Mas nós continuamos acompanhando, porque a dispersão preocupa”, explica o comandante Ovelar.
O movimento engrossou consideravelmente na altura do bairro Jardim dos Estados. Muita gente era vista saindo de casa ou estacionando o carro nas ruas que dão acesso à Afonso Pena para acompanhar o protesto.
Poucos apareceram sem um detalhe em verde ou amarelo. A maioria vestiu camisetas da seleção brasileira e levou bandeiras. Nos cartazes, a palavra impeachment apareceu bastante, mas o foco evidente foi contra a corrupção.
Alguns também pediram intervenção militar, mas em menor número, apesar da música no trio elétrico ser um dos símbolos da luta contra a Ditadura, “Para não dizer que não falei das flores”, de Geraldo Vandre.
“Seria interessante uma intervenção militar”, defende Rafael Echeverria, engenheiro civil de 27 anos. Para ele, o ocorreu durante os anos de chumbo no País não significa nada hoje. “A população agora é diferente”.
Apesar dessa posição radical, ele diz ser contra o impeachment. “A saída da presidente não adianta, precisamos de uma reforma política. Não é só a presidente a culpada, mas todos os políticos, principalmente o Senado. Por isso a intervenção”.
O movimento levou dois trios elétricos e até drones para registrar as imagens da avenida. Representantes do produtores foram a cavalo e também havia grupo de motos Harley Davidson.
Dentre os manifestantes, a pedagoga Dayse Bernardo, de 50 anos, também é favorável ao impeachment e diz que pouco importa quem vai assumir. “O importante é que as pessoas vão vigiar. Vai tirar um partido que acoberta a Dilma em tudo”, argumenta.
A auxiliar administrativa, Antônia Barbosa, segue o mesmo raciocínio. “Não importa a pessoa que vai assumir o povo não vai ficar quieto”, assegura.