Aeronaútica monta acampamento para equipe de Brasília investigar queda de avião
Local onde Tucano A-29 caiu foi cercado por militares no fim da tarde de ontem, para preservar ponto da queda
Equipes de Brasília da Força Aérea já estão em Campo Grande e começam bem cedo, a analisar o que provocou a queda de um caça modelo Tucano A-29, conhecido como Super Tucano. A aeronave em pane caiu por volta das 11 horas da manhã de ontem, na Capital, em fazenda no Anel Viário, localizada nos fundos do Coophavilla II e Santa Emília.
A Aeronáutica montou acampamento na área para evitar a entrada de civis e preservar o ponto de choque, assim como as condições do que sobrou do avião, que se partiu em 3 pedaços, com peças espalhadas pela propriedade rural, inclusive o motor que se soltou do avião.
O comando segue em silêncio, sem detalhar as suspeitas sobre o que pode ter provocado o acidente. Mas já liberou a retirada dos destroços do local.
O Comando da Aeronáutica informa que um piloto da Força Aérea Brasileira (FAB) ejetou-se, "após detectar uma falha técnica na aeronave de caça A-29 Super Tucano, durante voo de treinamento. A aeronave foi direcionada a uma região desabitada, onde colidiu com o solo".
Informações extra-oficiais indicam que o piloto é 1º tenente, de 24 anos. Ele foi resgatado por um helicóptero H-60 Black Hawk do Esquadrão Pelicano (2º/10° GAV), passa bem e recebe acompanhamento médico.
Super Tucano de caça - Esse tipo de aeronave é usada pela Esquadrilha da Fumaça ou para vigilância da fronteira. Para ambos os casos, é exigida experiência de, no minimo, 1.000 horas de voo, sendo 500 como instrutor.
Segundo a Força Aérea do Brasil, o A-29 Super Tucano já é usado há 17 anos em missões no País. É uma aeronave monomotor, turboélice, com precisão na navegação e ataque, com a vantagem de ter baixo custo de operação. Leve, tem como armamento metralhadoras .50
Em Campo Grande, é pilotado por militares do Esquadrão Flecha. É um equipamento elogiado para treinamentos, porque possibilita acesso aos equipamentos especiais da aeronave, com uso de óculos de visão noturna e sensor de visão infravermelho.
Ainda conforme a FAB, "o A-29 se fez presente em diversas operações de defesa do espaço aéreo, como nos grandes eventos ocorridos no Brasil, entre eles a Jornada Mundial da Juventude, a Copa das Confederações, a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos Rio 2016. Além disso, participa da defesa aérea das fronteiras brasileiras e da interceptação de aeronaves ilícitas na região Amazônica".
Em 2020, a FAB e a Polícia Federal realizaram uma operação conjunta que interceptou duas aeronaves suspeitas de tráfico internacional de drogas, uma delas em Mato Grosso do Sul.
As aeronaves estavam voando com quase uma tonelada de drogas. Durante a ação, quatro caças A-29 Super Tucano foram usados, além e um avião de alerta aéreo antecipado E-99.
No fim de agosto, Campo Grande foi sede de treinamento, com quase 900 militares envolvidos. Cerca de 30 aeronaves foram usadas em missões que simularam cenário de guerra.
No caso do Super Tucano, as simulações da aviação de caça foram de apoio aéreo aproximado e escolta. Os pilotos enfrentaram situação fictícia em que as forças insurgentes tentavam impedir a progressão das tropas amigas no terreno, e auxiliaram na neutralização dos inimigos ao solo.
Também atuaram no apoio direto aos helicópteros H-36 Caracal e H-60 Black Hawk que resgatam combatentes em território hostil, explicou a FAB durante o treinamento.
Veja como é o trabalho com os Super Tucanos e outras aeronaves durante treinamento em Campo Grande: