Alagamentos e buracos fazem parte da rotina de moradores do Nova Campo Grande
Os problemas se repetem nas principais avenidas do bairro que ficam alagadas durante dias após fortes chuvas
Situação continua crítica para os moradores do Nova Campo Grande, que após chuva desta sexta-feira (24) voltaram a reclamar das condições precárias das ruas do bairro. Alagamentos e buracos enormes já fazem parte da rotina.
As imagens enviadas ao Campo Grande News pelo autônomo Lídio Lopes, de 27 anos, retratam o dia a dia de quem tem que conviver com as dificuldades de locomoção. Carros enfrentam problemas ao transitar pelas ruas, correm risco de atolar ou ficarem ilhados na água acumulada, enquanto pedestres precisam encarar o barro e água nos pés se quiserem sair de casa.
Os registros foram feitos nas avenidas Nove e Quatro e nas ruas Wilson Paes de Barros, 122 e 120. "Mais de 30 dias que estamos passando por esses acontecimentos, água descendo do aeroporto internacional sem parar, cano estourado na rua Wilson Paes de Barros, buracos em todas as vias de acesso até a Duque de Caxias", expõe o autônomo.
Chuva histórica - Este ano, a Capital teve o segundo fevereiro mais chuvoso da história, de acordo com o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia). Nas duas primeiras semanas do mês, a estação de medição do Inmet, em Campo Grande, apresentou o segundo maior acumulado de chuvas desde 2002.
Moradores relatam que buracos tomam conta das avenidas principais e ficam cada vez maiores em decorrência da chuva. O trânsito no local é caótico, principalmente em horário de pico. Até mesmo caminhar pelas ruas chega a ser um desafio, com tanta lama.
Comércio local afetado - Proprietária de um sacolão, Fabiana de Souza Pereira relata que a chuva atrapalha as vendas, pois os clientes não conseguem parar e entrar no local. A solução encontrada foi comprar um pedaço de madeira e improvisar uma ponte para os clientes. Ela relata que quando o tempo fecha, o prejuízo chega a R$ 2.500 por dia no comércio. "Depois que chove, continua vazando água por uns 15, 20 dias", acrescenta.
O encarregado de hortifrúti, Luziano Bezerra, de 61 anos, passa pela tábua para chegar ao trabalho todos os dias. “Tem que andar devagar, senão escorrega, inclusive o dono colocou pau para conseguir atravessar a poça que forma na parte do meio fio”, relata.
Ainda segundo o trabalhador, ao longo do dia, ele presencia vários carros que quebram por causa dos buracos: “No horário de pico forma uma fila enorme de veículos que diminuem a velocidade para passarem por aqui”.
Na Avenida Nove, a reportagem conversou com o aposentado José Francisco Filho, de 63 anos: “Essa água está parada desde semana passada. Ontem choveu e piorou a situação. O dia todo a água fica correndo na avenida e demora secar”.
Área de risco - Na Rua 110, um idoso de 76 anos ficou ferido ao ser atingido por tijolo e concreto, após um cômodo da casa dele desmoronar. Apesar do susto, o morador foi socorrido consciente. Os bombeiros informaram que a casa está condenada e o idoso não pode voltar a morar no local.
Atoleiro - Segundo o militar reformado José Cláudio Araújo, 56 anos, que tem uma casa na Rua 32, ele ajudou a desatolar três carros no período de dois dias. “Tem uma poça de meio metro de água e como a rua liga os dois bairros, tem fluxo grande de veículos. Quando chove, aqui parece rio”, conta.
Entramos em contato com a assessoria da prefeitura via e-mail e aguardamos resposta sobre os problemas mostrados na reportagem.