Além de lotação, faltam lençóis e até colchões em unidades de saúde
Sesau assumiu a falta de material e informou que já foi feito o pedido para a aquisição
Quem busca atendimento nas unidades públicas de saúde de Campo Grande continua enfrentando problemas. Em alguns locais, faltam lençóis e até mesmo colchões nos leitos de internação, conforme relatos de acompanhantes de pacientes.
Os casos mais recentes foram registrados no CRS (Centro Regional de Saúde) do bairro Tiradentes e no HU (Hospital Universitário). Na unidade hospitalar, faltam camas e, com isso, pacientes são medicados em cadeiras improvisadas.
A falta de estrutura em unidades de saúde tem sido relatada com frequência, inclusive pelo prefeito, Marquinhos Trad (PSD), durante visitas de surpresa nos postos.
Quando visitou o HU, por exemplo, o problema encontrado pelo prefeito foi a falta de médicos no setor de ortopedia. Os profissionais não estavam cumprindo o plantão.
Quem precisa do serviço lamenta a situação. Uma enfermeira, que não quis se identificar, ao visitar um amigo nesta segunda-feira (20) no CRS, constatou que diversos leitos estavam sem lençóis e uma maca inclusive sem colchão.
"Tinha uma mulher com tuberculose deitada na cama com colchão rasgado, sem lençol e eles não fizeram a limpeza. Aí chegou outro paciente e deitou na mesma cama, tuberculose pega pelo ar", relatou.
Outra reclamação é a falta de remédios e de ventiladores funcionando. A enfermeira mora no bairro e declarou que quando precisa utiliza a unidade. "As vezes falta remédio, lençol já teve outras vezes, mas colchão é a primeira vez. Isso é grave. Como a pessoa vai deitar sem colchão, no ferro e sem lençol?", indagou.
Ela ressaltou que não reclama dos funcionários, mas que eles têm dificuldade para trabalhar com a falta de materiais. "É muito difícil trabalhar nessas condições. É complicado. As pessoas que trabalham lá não tem culpa dá administração. A reclamação não é de funcionários".
No HU, a reclamação é de pacientes em leitos improvisados. Conforme a acompanhante de uma pacientes, que não quis se identificar, cerca de 10 pessoas estavam sendo medicados em cadeiras. A mulher estaria há três dias internada em uma cadeira. Pelas fotos é possível notas a lotação na unidade e pacientes em cadeiras.
Secretaria - A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública), por meio de nota, assumiu a falta de lençóis, mas informou que um pedido já foi feito para a aquisição. "A previsão é de que até o fim de março essa situação seja sanada. É importante frisar que os casos relatados são pontuais", diz a nota.
Com relação a possível falta de higienização na troca de pacientes a secretaria informou que os profissionais são orientados a fazer toda a higienização e eventual esterilização das macas para evitar expor o paciente a uma situação insalubre.
Ainda conforme informação da Sesau, média de atendimento na unidade varia de 100 a 200 por dia.
Ebserh - A reportagem também procurou a assessoria de imprensa da Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares), que administra o HU, mas até o fechamento desta matéria não teve uma resposta sobre a situação na unidade.