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Capital

Alunos criam movimento para evitar tumultos em bares perto da UFMS

Nyelder Rodrigues e Adriano Fernandes | 11/03/2016 21:56
Arte foi criada para ajudar no movimento e evitar que novos tumultos ocorram ali (Foto: Alan Nantes)
Arte foi criada para ajudar no movimento e evitar que novos tumultos ocorram ali (Foto: Alan Nantes)

Após a ação policial, com uso de gás lacrimogênio, spray de pimenta e balas de borracha, no início da rua Trindade na sexta-feira (4), estudantes da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) criaram o movimento "Chega de gás, ficar na calçada sou capaz". Ele foi lançado hoje (11).

Encabeçado pelas atléticas - grêmios estudantis que reúnem estudantes do mesmo curso -, o movimento quer evitar novos incidentes no local, que abriga os bares Escobar e o "Batata + Bar das Atléticas". Pacífica, a ação na noite desta sexta-feira, reuniu alunos com a camisa das associações e tenta reforçar que a baderna relatada ali é feita por pessoas de fora das atléticas. O movimento foi articulado na última quarta-feira (9) e divulgado via redes sociais, solicitando a presença de todos no estabelecimento.

O "Chega de gás, ficar na calçada sou capaz" vem acompanhado de novas regras criadas em consenso entre os representantes estudantis e o Bar das Atléticas, que mantém contrato com 20 atléticas da UFMS, que somam mais de 1.685 sócios. Apenas esses terão descontos nas sextas-feiras, para evitar que baderneiros frequentem o estabelecimento, por exemplo.

"Os presidentes das próprias atléticas serão os responsáveis por monitorar os membros delas durante as festas, de impedir que estacionem carros em frente a garagens ou que o pessoal invada a rua", explica o vice-presidente da atlética do curso de Enfermagem, Danilo França, de 22 anos.

Estudantes membros das atléticas se reuniram hoje pra lançar o movimento (Foto: Alan Nantes)
Estudantes membros das atléticas se reuniram hoje pra lançar o movimento (Foto: Alan Nantes)

Ações sociais - Já Kamila Nunes, 20, representante da atlética de Arquitetura, conta que essas organizações vão além das festas. "A Polícia e outras pessoas não entendem o conceito de uma atlética. Acham que é só baderna ou bebedeira, mas por trás de uma atlética existe todo um trabalho social", conta.

Um exemplo citado é a participação de estudantes ligados a todas as atléticas, de campanhas de doação de sangue no período de Carnaval. As atléticas que mantém contrato com o Bar das Atléticas são obrigadas a realizar essas ações. Uma delas foi a arrecadação de agasalhos e alimentos, doados para instituições como o Asilo São João Bosco e a população carente de favelas como a Cidade de Deus.

"Nossa ideia é conscientizar mesmo, para que todos integrantes fiquem nos limites do bar, afinal, querendo ou não existe um risco ali", diz o estudante Marcos Vieira, 30.

Paulo Medina, 25, presidente da atlética do curso de Educação Física, também é um dos idealizadores do movimento e reclama da ação dos policiais. "Nunca, em nenhuma das abordagens, a polícia chegou aos organizadores pedindo para saírem pacificamente. O máximo que fazem é dar 4 segundos".

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