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Capital

Ambulância remendada até com esparadrapo: MP cobra solução após auditoria do SUS

Estudo mostra que problemas aumentaram o tempo-resposta do socorro às vítimas

Por Aline dos Santos | 23/08/2024 10:42
Ambulância do Samu parada em oficina, conserto se arrasta por meses. (Foto: Reprodução/Denasus)
Ambulância do Samu parada em oficina, conserto se arrasta por meses. (Foto: Reprodução/Denasus)

O MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) abriu inquérito para cobrar a solução de irregularidades encontradas pelo Denasus (Departamento Nacional de Auditoria do Sistema Único de Saúde) no Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) de Campo Grande.

A lista de “achados” da auditoria, realizada em 2022 e no ano passado, mostra que ambulância fica quase um ano esperando conserto e as que circulam exibem diversos problemas. Em um dos veículos, a equipe encontrou compartimentos fechados com esparadrapos e que abriam durante o deslocamento.

Também tinha ambulância com entrada da fumaça do escapamento (inalação de gás carbônico), sem seta, sem buzina, com óleo vencido e com giroflex frontal sem funcionar. Além disso, todas estavam com ar-condicionado estragado.

Um dos veículos entrou em manutenção na data de 29 de setembro de 2022, mas em 19 de setembro de 2023 permanecia sem solução. Já tinham passados 355 dias. No contrato para manutenção feito pela Prefeitura de Campo Grande, a auditoria não localizou cláusula específica que garanta tempestividade (prazo) para o conserto de ambulâncias e motolâncias.

Na vistoria em 2023, a cidade tinha frota de 18 ambulâncias no papel, mas apenas dez veículos nas ruas.

“Os resultados apresentados nos Relatórios Analíticos do Samu Regional de Campo Grande indicam os aumentos consecutivos do tempo-resposta médio (23 minutos e 15 segundos para 25 minutos e 47 segundos para 29 minutos e 05 segundos”, informa o relatório. De acordo com o documento, a redução do quantitativo de ambulâncias tem implicação direta no tempo-resposta do Samu.

“Em suma, o Samu Regional de Campo Grande possui, atualmente, limitações importantes para o atendimento dos usuários, principalmente no que se refere à redução no quantitativo de unidades móveis disponíveis e a necessidade de manutenções corretivas das unidades móveis em atividade”.

Inquérito – A promotora Daniella Costa da Silva, da 32ª Promotoria de Justiça de Saúde Pública, instaurou o inquérito no último dia 16 e solicitou informações à Sesau e SES (Secretaria Estadual de Saúde), que repassa recursos para o serviço. O Samu tem custeio tripartite: União, Estado e Município.

No mês passado, a frota do Samu teve reforço de veículos alugados. (Foto: Henrique Kawaminami)
No mês passado, a frota do Samu teve reforço de veículos alugados. (Foto: Henrique Kawaminami)

Nesta sexta-feira (dia 23), a coordenação do Samu Campo Grande informou que recebeu a notificação do MPMS na terça-feira e reafirmou que todos os questionamentos serão devidamente respondidos ao órgão.

" A Secretaria Municipal de Saúde ressalta que foi realizado planejamento para a realização da execução de ações com objetivo de sanar todos apontamentos descritos no inquérito aberto pelo MPMS. Com a chegada das novas 10 ambulâncias, a Sesau reativou bases descentralizadas e adotou outras providências, o que impactou para a diminuição do tempo-resposta no atendimento à população", informa a secretaria.

No mês passado, a frota do Samu teve reforço de veículos alugados. A empresa que venceu a licitação também ficará responsável pela manutenção, mas os servidores continuam sendo do Samu. O valor total é de R$ 1.910.974,20.

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