Ambulantes apostam na simplicidade para lucrar no “Enem dos Concursos”
Com poucos itens à venda, autônomos levaram água, canetas e café na frente das universidades de Campo Grande
Para tentar lucrar no “Enem dos Concursos” ou CNU (Concurso Nacional Unificado), ambulantes apostaram na simplicidade na hora de ofertar itens aos candidatos. Para eles escolher o ‘certo’, ou seja, o que vende é melhor que investir em outras coisas e sair no prejuízo. O que não falha é água, café e caneta.
Em Campo Grande, na Uniderp, localizada na Rua Ceará, Tereza Ferreira, de 71 anos, levou duas caixas de caneta preta, as famosas chipas e um café forte. Apesar de reduzir as opções de venda, a autônoma conseguiu vender apenas metade de uma caixa de canetas, o que é pouco, segundo ela, em dia de concurso. Tereza trabalha na área de vendas em frente à provas há, pelo menos, 10 anos.
“Cheguei um pouco atrasada, acho que isso prejudicou. Estou fazendo um extra hoje, trouxe caneta que não pode faltar, aproveitei pra trazer chipa e café. Os dois juntos ficam R$5,00 e a caneta também é esse valor. Não trouxe tanta comida e não sei se volto no almoço. Vi que eles vão ficar o dia inteiro, mas é difícil o armazenamento”.
Hellen Melo, bacharel em direito, foi uma das candidatas salvas por Tereza. Ela comenta que não se atentou ao edital, onde especificava que a caneta só poderia ser preta. “Eu trouxe várias canetas, dei uma preta para o meu namorado e fiquei só com as azuis. Ela me salvou. Pelo nervosismo não me atentei”.
Cleuza Carvalho, de 70 anos, investiu na boa e velha água. Para ela o movimento foi bom. “ “Trouxe só água, nada de comida. Pretendo ficar, mas vai ser só água. Aqui seria bom pra vender comida, mas fica muito tempo, não tem cobertura. Sempre venho trabalhar nas provas e só vendo água, tem uns 15 anos”.
Do outro lado da cidade, na UCDB, onde há a maior concentração de candidatos, o cenário foi um pouco diferente. María Rosa, de 49 anos, preferiu vender, além da água e café, também salgados e refrigerantes. Mas o que saiu mesmo foi a água.
“O movimento foi bom. Vendi bastante água e salgado. Já vi em outros concursos aqui umas seis ou sete vezes, mas nem sempre o movimento é bom. Talvez porque a prova começou mais cedo e o pessoal vem com mais fome”. Ela estava vendendo o salgado por R$ 6,00 e o café de R$1,00 a R$3,00.
Osmarina Luiza dos Santos, de 52 anos, investiu no diferente e não conseguiu vender muito. Ela levou cachorro quente para frente da universidade.
“O movimento hoje não foi muito bom não, já tiveram dias melhores. Eu sempre tô vendendo cachorro quente em festa e concurso”. Para tentar recuperar o prejuízo ela pretende ficar o dia todo ‘acampada’ no local. “Vou ficar aqui o dia todo e espero vender mais na parte da tarde”. (Colaborou Antonio Bispo).
Prova - Pela manhã, todos os candidatos realizarão uma prova discursiva e objetiva comum a todos os blocos. À tarde, será a vez das questões específicas de cada área, com mais ênfase nas áreas de concentração de nível superior.
As provas para o nível médio não incluem questões dissertativas, apenas a redação no período matutino. Em Mato Grosso do Sul foram 33.909 inscritos para as provas em Campo Grande (21.189), Três Lagoas (2.502), Dourados (7.647) e Corumbá (2.571). No Brasil 2.114.128 candidatos disputam as 6.640 vagas com salário de até R$ 22 mil.
Cargos - Em Mato Grosso do Sul a oferta maior é para indigenista, ou funções relacionadas ao indigenismo, na Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas), com 323.250 inscrições no país.
Conforme o ministério, em MS haverá vagas específicas, como no Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), nas funções de analista administrativo, analista em reforma e desenvolvimento agrário e engenheiro agrônomo. Também há vagas para Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) e IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
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