Na véspera de festa de 100 anos, pai viaja para sepultar a filha atropelada
Helena Preus morreu na terça-feira depois de ser atingida na calçada por uma caminhonete
Prestes a completar 100 anos, Ivo Keller, o pai de Helena Preus, 76 anos, atropelada por uma caminhonete na Avenida Mato Grosso, veio à Capital para sepultar a filha. O acidente ocorreu na terça-feira (18) e o idoso saiu de Santa Maria (RS) para dar o último a Deus à vítima.
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Aos 100 anos, o pai de Helena Preus, de 76 anos, viajou do Rio Grande do Sul a Campo Grande para sepultar a filha, vítima de atropelamento na Avenida Mato Grosso. Helena foi atingida por uma caminhonete ao sair de um carro e caminhar pela calçada. O motorista, de 77 anos, alegou não ter visto a idosa, mas câmeras de segurança desmentem sua versão. A família, abalada, esperava celebrar o centenário do bisavô, mas foi surpreendida pela tragédia. O motorista responderá por homicídio culposo. Helena, aposentada, deixou marido, filhos, netos e uma bisneta.
O Campo Grande News conversou com a dentista Caroline Preus Dallacqua, 30 anos, neta de Helena. Bastante emotiva, ela revelou que a família está se preparando para ir ao Rio Grande do Sul no próximo mês celebrar o aniversário do bisavô, mas a tragédia fez com que o idoso viesse antes a Campo Grande.
“Está sendo bem difícil, estávamos nos preparando para ir ao aniversário de 100 anos do pai dela. Ele mora no Rio Grande do Sul e a festa seria lá e ele veio para o velório, acompanhado da irmã da minha avó”, relatou a dentista.
Câmera de segurança de um comércio da região mostra o momento em que Helena foi atropelada por uma caminhonete que saía de um estacionamento. O acidente aconteceu na calçada da Avenida Mato Grosso, Bairro Santa Fé, em Campo Grande. A vítima foi socorrida, mas morreu horas depois na Santa Casa.
“A gente não sabe muito o que falar, foi uma crueldade da forma que aconteceu. Ele (motorista) disse que sentiu que passou por cima de alguma coisa, mas falou com muita frieza, é uma coisa que a gente fica sem acreditar. Na hora em que o acidente aconteceu, ele falou para o meu avô ‘você tem uma cara de ser corintiano’, numa situação daquela, ficou fazendo piadinha”, expôs Caroline.
O homem de 77 anos, que atropelou e matou Helena, vai responder por homicídio culposo. Inicialmente, o motorista afirmou que a idosa já estaria no chão no momento em que foi atropelada, mas imagens de câmera de segurança desmentiram esta versão.
“Se ele passa por cima de uma pessoa e não percebeu, não tem condições de dirigir. Espero que tenha justiça, se for constatado que foi um crime, que ele pague. Pelo vídeo, não parece ter sido um simples acidente”, lamentou a neta da vítima.
Helena foi comerciante por muitos anos no Bairro Universitário, atualmente era aposentada e cuidava de sua casa. Ela deixou o esposo com quem foi casada por 58 anos, quatro filhos, nove netos e uma bisneta de 9 meses. "Era uma vozinha típica, ia para a igreja, saía para rezar o terço. Fazia cuca para nós de doce de leite e goiabada, está sendo muito difícil”, finalizou Caroline.
Entenda o caso - O condutor da caminhonete Nissan Frontier, homem de 77 anos que não teve o nome divulgado, afirmou que ela já estaria no chão quando o veículo passou. Contudo, as imagens mostram que ela estava de pé quando foi atingida. "Eu escutei o grito dela, nisso ele já tinha passado por cima dela e seguido. Bateu, arrastou e passou por cima. Ela não estava caída no chão", disse uma atendente de 27 anos.
As imagens obtidas pela reportagem mostram o momento em que Helena desembarca de um carro e segue pela calçada. Em seguida, ela sobe a rua em direção ao estabelecimento da esquina, mas é impedida pelo veículo. O motorista, já parado na calçada, passa por cima da idosa duas vezes, tanto com a roda da frente quanto a de trás.
O marido da idosa relatou que ela tinha exame marcado e, como não havia vaga para estacionar no laboratório, deixou Helena na calçada e foi parar o carro na rua lateral.
Helena Preus foi socorrida pelos bombeiros com múltiplas lesões, fratura no fêmur e traumatismo cranioencefálico, sendo levada para a Santa Casa de Campo Grande. Ela não resistiu e morreu durante a tarde.
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