Após confirmar 2ª morte por dengue, prefeitura pede R$ 28 milhões
Equipe do Ministério da Saúde está em Campo Grande para avaliar pedido de recursos a serem utilizados no combate ao mosquito após decreto de epidemia
A Prefeitura de Campo Grande busca R$ 28 milhões em recursos federais para serviço de combate ao mosquito Aedes Aegipty e para tratamento dos pacientes com dengue. O valor foi apresentado hoje à equipe do Ministério da Saúde, que está em visita técnica na Capital.
Na reunião, a prefeitura confirmou o segundo caso de morte por dengue na cidade, um idoso de 78 anos. O outro caso também é de idoso, de 72 anos, registrada no dia 27 de janeiro. Com isso, sobe para quatro o número de mortos, sendo os outros dois registrados em Três Lagoas.
Em Mato Grosso do Sul, 26 cidades apresentam alta incidência da doença e mais duas devem entrar na classificação: Ponta Porã e Caracol.
A equipe do Ministério vai analisar a real necessidade do repasse dos recursos para a Capital, solicitado depois do decreto municipal de emergência decorrente da epidemia de dengue. A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) contabiliza 10.607 notificações este ano, mas o pico parece já ter passado, com mais de 6 mil casos em fevereiro.
O coordenador do Programa de Arboviroses do MS, Rodrigo Said, ficará apenas hoje para participar da reunião. Os outros integrantes ficarão até dia 23 de março. Fazem parte do grupo a assessora técnica da coordenação do ministério, Noely Moura, representante do Controle Vetorial, Aline Rapello e a técnica de epidemiologia, Priscila Leal.
Durante o encontro, integrantes das secretarias estaduais e municipais de Saúde discordaram sobre a presença dos vírus tipo 1, 2 e 4 em Campo Grande. O secretário municipal Marcelo Vilela diz que os tipos 1 e 4 tem incidência menor, enquanto o Estado rebate que somente foi identificado o tipo 2.
No encontro, também foi questionada a eficácia do inseticida recomendado pelo Ministério da Saúde, o Malathion, adotado este ano. Segundo Said, tem eficácia de 98% de mortalidade do mosquito. A troca é feita a cada cinco anos, por conta da resistência adquirida pelo mosquito ao produto.
Rodrigo Said questionou se as secretarias estão fazendo diagnóstico diferencial caso não se confirme a dengue. A informação repassa pelo Estado é que foram adquiridos kits capazes para 25 mil exames, aquisição feita depois que não recebeu material do Ministério da Saúde.
O governo estadual estima que tinham 10 mil exames represados até março, quando os kits foram comprados.