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Capital

Após demolição "com as próprias mãos", morador procura Defensoria

Evelyn Souza e Aline Santos | 30/08/2013 11:26
Moradores perderam tudo. (Foto: Cleber Gellio)
Moradores perderam tudo. (Foto: Cleber Gellio)

Sem ter onde morar e abrigado na casa da mãe, o mototaxista Eber Miranda Bueno, 30 anos, procurou a Defensoria Pública na manhã desta sexta-feira (30), na Capital. Eber era morador de uma das seis casas que foram demolidas no Bairro Nossa Senhora Aparecida, na região da Vila Nasser, na última quarta-feira (28). 

A destruição aconteceu após um ataque de fúria do comerciante Gilmar Gobbi, que decidiu fazer "Justiça com as próprias mãos". Isso porque as famílias invadiram o terreno, que segundo o comerciante, é dele. 

Gilmar pegou uma pá-carregadeira e fez a desocupação por conta própria. Após a demolição, o cenário era de destruição no local.

Durante reunião com Defensor Público, Eber disse que muitas pessoas estão desabrigadas, pedindo ajuda de vizinhos. Bastante abalado, o mototaxista que morava sozinho na casa, diz que perdeu tudo e que o momento mais difícil, foi ver o trator tentando derrubar a casa de uma mulher recém operada. “Ela não conseguia se levantar, não conseguia sair de lá e mesmo assim, ele queria destruir”, conta.

O Defensor Público, Amarildo Cabral, disse que vai entrar com uma liminar na próxima semana, para assegurar o direito de posse às famílias e pedir indenização. “Ele pode ser responsabilizado por crime de dano e exercício arbitrário das próprias razões e também por colocar em risco a vida das pessoas”, explicou o defensor.

O terreno onde as casas foram construídas, foi invadido há três anos. Segundo Eder, o local não tinha energia elétrica e a informação que eles tinham era de que pertencia a uma idosa, que não tinha condições de pagar os impostos.

“Estávamos tentando negociar com ela, mas daí veio esse Gilmar que não tem nenhum documento, mas diz que ganhou o terreno como herança”, diz.

O comerciante suspeito de ter derrubado casas foi encaminhado para a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário), do centro. Lá, segundo o morador, disse que a Justiça é muito lenta e por isso decidiu fazê-la com as próprias mãos.

No dia do acontecido, vários moradores foram detidos porque estavam agredindo o suspeito. Entre eles, Eder, que pretende agora levar um abaixo assinado para os moradores, pedindo para que Gilmar seja punido e para que eles possam permanecer no local. "Queremos voltar, reconstruir", concluiu. 

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