Após fugas, torre de vigilância é ativada na Máxima
Apenas 1 dos 9 pontos na muralha que cerca o presídio tinha policiamento quando 2 escaparam usando corda
Após duas fugas no Estabelecimento Penal de Segurança Jair Ferreira de Carvalho, a Máxima de Campo Grande, a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) garante que ativou a vigilância de outra torre de vigilância. A medida foi tomada depois que os internos escaparam usando corda, se aproveitando que apenas uma estava em funcionamento.
As fugas aconteceram na madrugada de segunda-feira (4). Até agora os presos não foram localizados.
Ontem, ao Campo Grande News, o presidente do Sinsap, André Luiz Santiago, apontou situação de precarização das condições de trabalho dos servidores, que facilitou a fuga de Douglas Luan Souza Anastácio, de 33 anos, e Naudiney de Arruda Martins, de 32 anos.
Segundo ele, apenas uma das torres de vigilância tem policiamento e o monitoramento eletrônico, são quatro televisores, subdivididos em 64 telas, monitorados por apenas um servidor por plantão.
Nesta terça-feira (5) por nota, a Agepen afirma ter ativado o ponto de vigilância com policial penal armado 24 horas por dia, além de providenciar adaptações para que as torres não fiquem desguarnecidas.
Apesar de admitir a segurança limitada na muralha, o Estado nega que o sistema seja precário, conforme denúncia do Sindicato dos Policiais Penais. Segundo a Agepen, recentemente houve modernização do sistema de câmeras, com compra de equipamentos do tipo "speed dome", com alto poder de resolução e aproximação.
"Como forma de estruturar ainda mais os trabalhos, diversas entregas já foram concretizadas, dentre elas, viaturas novas e armas de fogo para atuação na vigilância de muralhas e escoltas de presos, bem como, pistola.40 para uso individual dos policiais penais", segundo a agência.
Em relação aos equipamentos de fiscalização, a Agepen lembra que estão em funcionamento, aparelhos de raios-x para vistoria de objetos, body scan, portal detector de metal,
Outro ponto muito cobrado pelo Sinsap é o chamamento de mais agentes penitenciários do último concurso e até a realização de novos exames para a categoria. A Agepen alega que depende da aprovação da Lei da Polícia Penal e posterior concurso público para efetivar mais trabalhadores para as unidades penitenciárias do Estado. Por enquanto, fala apenas em horas extras.
"Os policiais estão em constante capacitação e se revezam no monitoramento da unidade penal. Para suprir a demanda de atendimento interno, horas extras são realizadas durante o expediente”, consta na nota da Agepen.
Muro - A fuga ocorreu por volta das 3h30, pelo muro e com auxílio de uma corda. Quatro detentos alojados no pavilhão 6 da Máxima usaram corda para escapar, porém, dois deles acabaram recapturados.
Douglas e Naudiney conseguiram fugir, mas outros dois homens foram recapturados durante a ação, foram isolados em cela disciplinar e responderão, ainda, a procedimento administrativo.
No histórico de Naudiney consta as várias tentativas de fuga nas unidades prisionais que esteve. A primeira vez foi em 2010, quando abriu um buraco a partir do vaso sanitário. Em outra situação, no ano de 2012, ele chegou a “permutar” ajuda de outro interno para conseguir abrir mais um buraco na cela.
Quem tiver informação sobre os dois pode acionar a PM (Polícia Militar) pelo 190. A identidade do denunciante será mantida em sigilo.
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