Árvore protege do sol e da chuva famílias que persistem em ocupar área pública
Cerca de 50 pessoas tiveram seus barracos derrubados e objetos levados, mas eles continuam no local
As famílias que tiveram suas moradias derrubas e levadas pelas patrolas da prefeitura, após construírem em um terreno público na Rua Poente, na região do Jardim Tarumã em Campo Grande, continuam no local e dizem que não vão sair. De quinta para esta sexta-feira (1º), tendas improvisadas e uma árvore abrigam as 50 pessoas, que já sentem na pele a arder do sol e o frio da chuva.
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Famílias que tiveram suas casas demolidas por estarem em um terreno público na Rua Poente, em Campo Grande, permanecem no local, apesar da ação da Prefeitura. As famílias, que ficaram desabrigadas após a demolição, improvisaram tendas e se abrigam sob uma árvore, enfrentando as intempéries do tempo. Apesar de terem perdido seus pertences, as famílias afirmam que não irão embora, pois não têm para onde ir e pretendem reconstruir suas casas. A Prefeitura, por sua vez, afirma que a invasão de área pública é um ato infracional e que tomará as medidas judiciais cabíveis para remover os invasores.
Equipes da Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente) e GCM (Guarda Civil Metropolitana) executaram a ação de despejo ainda no começo da manhã de ontem (31). Muito do pouco que tinham ali foi arrastado pelas máquinas e levado por caminhões.
"Sou auxiliar de pedreiro e quando as máquinas chegaram, derrubando tudo, não deu tempo de tirar nem as minhas ferramentas de trabalho. Levaram embora até meu fogão e móveis", lamentou Wagner Lucas Psidelsky, de 30 anos, que vive com a esposa e dois filhos.
Os vizinhos ergueram uma grande tenda e passaram a noite ali, todos juntos. Segundo Luana Santos, de 25 anos, ninguém tem para onde ir e dormir no local foi a solução, porque vão construir tudo de novo.
"Pegamos dinheiro emprestado para construir, não queríamos viver em um barraco de lona e tentamos deixar o mais digno possível. Nós sabemos que é uma área pública, mas queremos apenas um pedacinho pequeno para viver com nossas famílias. Um mês atrás falaram que iam resolver nossa situação", garantiu Luana.
Servidores da prefeitura, dessa vez com reforço da Emha (Secretaria Municipal de Habitação), estão no terreno para garantir que eles não voltem a ocupar. Mesmo com o aviso de prisão, Luana e seus vizinhos dizem que vão permanecer no local, faça chuva ou sol.
Ainda ontem, a Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana) esclareceu, por meio da assessoria de imprensa, que atua na fiscalização das áreas públicas. Uma vez constatada a ocupação indevida desses espaços, são tomadas as providências cabíveis ao caso, dentre elas, a remoção de invasores.
"Conforme o Código de Polícia Administrativa – Lei n. 2909, a invasão de área pública trata-se de ato infracional e conforme o Artigo 5º, § 2º se verificada a invasão de logradouro público, o Executivo Municipal promoverá as medidas judiciais cabíveis para pôr fim à mesma", completou a nota.
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