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Capital

Assaltos e pichações do PCC assustam moradores de Anhanduí

Nyelder Rodrigues e Luana Rodrigues | 26/01/2017 19:10
Pichação com sigla da facção paulista dá indícios de que ela está agindo no distrito (Foto: Direto das Ruas)
Pichação com sigla da facção paulista dá indícios de que ela está agindo no distrito (Foto: Direto das Ruas)

O recente aumento de crimes no distrito de Anhanduí, localizado ao sul da Capital, vem preocupando os moradores do local. Para piorar a situação, também surgiram na vila, que fica às margens da rodovia BR-163, pichações com siglas da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).

As inscrições também vem acompanhadas com frases de ordem da facção e o número 1533, que representa a sigla PCC (P é a 15 letra do alfabeto, enquanto o C é a 3ª, formando o número 1533). Vários prédios naquela urbe, que fica quase na divisa do município de Campo Grande com Nova Alvorada do Sul.

"Realmente, de uns tempos para cá, a criminalidade aumento aqui na vila. Tem muita gente de fora vindo morar aqui e alguns bandidos se infiltraram e vieram também. Além das pichações, também estão acontecendo muitos roubos e furtos", frisa o subprefeito do distrito, Ernesto Francisco dos Santos.

Além de associar o aumento da criminalidade à facção paulista, Ernesto acredita que tais pichações sejam uma forma de marcar território devido a chegada de criminosos de outros grupos. "Além de roubo e furto, a droga está se alastrando pelo distrito. As pessoas estão com medo e estão sem ter a quem recorrer".

O subprefeito ainda declara que o distrito é um ponto de passagem para muitas pessoas desconhecidas, o tornando mais vulnerável ainda. "Sou morador antigo, estou aqui há 13 anos, e antigamente não era assim. Precisamos de providências. Seria bom uma delegacia para investigar os crimes daqui", comenta.

Insegurança - Ernesto diz que o único pelotão da PM (Polícia Militar) da cidade não atende as necessidades locais, já que quando a PM é acionada pelo 190, muitas vezes a demora para a chegada da equipe é de 20 a 30 minutos, muito para o distrito que tem pouco mais de 4 mil habitantes.

"Já a Guarda Municipal tinha uma base, mas foi suspendemos os serviços por falta de infraestrutura. Vamos reestruturar o local antes de reabrí-lo. Tinha uma viatura da Guarda também, mas ela foi batida e ficamos sem. Então o efetivo que há é um guarda no posto de saúde e três na escola", conta Ernesto.

Questionado se há algum levantamento da subprefeitura para atender as demandas da segurança pública local, Ernesto respondeu que reuniões já foram realizadas com delegados e outras autoridades para buscar soluções para os problemas, e que elas estavam sendo encaminhadas pela prefeitura e Estado. Ele não possui números sobre a situação.

Casos - Dois casos aconteceram nos últimos sete dias na região. O primeiro deles ocorreu na sexta-feira (20), quando uma banca que vende queijo, pimenta, salame e outros produtos à beira da BR-163 foi assaltada por uma dupla que chegou armada e renderam a funcionária do local e outras pessoas que lá estavam.

"É um assalto, vira de costa e não olha pra trás se não quiser morrer", disse um dos bandidos, conforme o registro policial. Além disso, a funcionária foi atingida por uma coronhada. O crime aconteceu durante a madrugada e os assaltantes levaram R$ 700, dizendo ainda que não levariam os celulares das vítimas porque estavam "bonzinhos".

Já na quarta-feira (25), o posto de combustíveis Eucalipto, que também fica na beira da rodovia, foi alvo dos assaltantes, que chegaram armados e levaram dinheiro do local. A reportagem entrou em contato com o dono do posto, identificado apenas como Bueno, mas ele se negou a falar sobre o ocorrido, dizendo que tudo já estava registrado.

Em conversas por grupos de WhatsApp, moradores relatam os problemas enfrentados com a falta de segurança em Anhanduí, além de relatar casos em que houve, inclusive, tiroteio entre bandidos e policiais.

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