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Cidades

Filho de prefeito e secretária de finanças estão entre presos pelo Gaeco

Operação mira esquema criminoso que desviou mais de R$ 10 milhões por meio de licitações fraudulentas

Por Jhefferson Gamarra e Anahi Zurutuza | 18/02/2025 14:58
Filho de prefeito e secretária de finanças estão entre presos pelo Gaeco
Membros do Gaeco durante operação deflagrada na manhã desta terça-feira (Foto: Murilo Medeiros)

O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) e o Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) saíram às ruas na manhã desta terça-feira (18) para cumprir 11 mandados de prisão preventiva e 39 mandados de busca e apreensão em uma investigação que apura fraudes em licitações.

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O Gaeco e o Gecoc deflagraram a Operação Malebolge para desarticular um esquema de fraudes em licitações que desviou mais de R$ 10 milhões em Mato Grosso do Sul. Entre os alvos estão Fernando Passos Fernandes, filho do prefeito de Rochedo, e Denise Rodrigues Medis, secretária de Finanças de Água Clara. A operação cumpre 11 mandados de prisão preventiva e 39 de busca e apreensão. O esquema envolvia manipulação de licitações para favorecer empresas, com servidores públicos corrompidos. A investigação segue para identificar outros envolvidos e rastrear os valores desviados.

Entre os principais alvos de prisão preventiva está Fernando Passos Fernandes, diretor de licitação de Rochedo e filho do atual prefeito Arino Fernandes (PSDB). Ele já havia sido investigado anteriormente na Operação Turn Off, que envolvia fraudes em licitações para a compra de equipamentos de fisioterapia e informática no município.

Renato Franco do Nascimento, servidor de Rochedo lotado na Secretaria de Finanças e Licitação, é acusado de colaborar diretamente com as fraudes e facilitar a aprovação dos processos licitatórios fraudulentos.

Outro nome de destaque é Denise Rodrigues Medis, atual secretária de Finanças de Água Clara, acusada de envolvimento direto na manipulação dos processos licitatórios para favorecer empresas parceiras do esquema. Ana Carla Benette e Jânia Alfaro Socorro, servidoras de Água Clara lotadas na Secretaria de Educação, também foram alvos de prisão preventiva sob suspeita de participar nos esquemas fraudulentos.

Além dos que têm cargos públicos, empresários foram alvos de prisão preventiva. O grupo é suspeito de criar empresas que operavam em múltiplas frentes comerciais para facilitar o favorecimento em diversos contratos públicos. Todas eram abertas com CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas) que iam desde fornecimento de materiais para escritório, alimentos, manutenção de veículos, confecção de uniformes, materiais de pintura, aluguel de máquinas, reparação de equipamentos para refrigeração e ventilação, transporte de cargas, comercio de peças e acessórios para motocicletas, bicicletas entre outros.

'Sacos do mal'  - A ação, denominada Operação Malebolge, foi deflagrada em Campo Grande, Água Clara, Rochedo e Terenos, para desarticular um esquema criminoso que desviou mais de R$ 10 milhões por meio de licitações fraudulentas para a compra de uniformes e outros materiais.

A investigação constatou a existência de uma organização criminosa operando em Água Clara e Rochedo, com núcleos distintos, mas interligados por um mesmo modus operandi. De acordo como MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), no centro da fraude está um empresário que articulava o esquema, cooptando servidores públicos e contando com o apoio de outros empresários.

A organização criminosa utilizava servidores públicos corrompidos para manipular licitações, comprometendo sua competitividade. O esquema favorecia empresas envolvidas no crime por meio da elaboração de editais direcionados e da falsa simulação de concorrência.

A Operação Malebolge foi desencadeada a partir de provas obtidas na Operação Turn Off, realizada em 2023, que apurou crimes semelhantes relacionados ao fornecimento de materiais para o HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul).

A reportagem tentou contato com as prefeituras das citadas. Apenas o prefeito de Rochedo, Arino Jorge Fernandes (PSDB), respondeu aos questionamentos. “Não é da minha gestão. Estou na prefeitura há 40 dias. Apreenderam documentos e já foram embora. Já está todo mundo trabalhando nos órgãos públicos”, afirmou o prefeito, mesmo que na última gestão ele atuava com vice-prefeito na cidade.

A Operação contou com o apoio operacional do Batalhão de Choque e do Bope. O nome "Malebolge" faz referência à região do Inferno descrita na obra "A Divina Comédia", de Dante Alighieri, onde fraudadores e corruptos são punidos. As investigações seguem para identificar outros envolvidos e rastrear os valores desviados.

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