Na abertura do seminário sobre rota, Riedel destaca sensação de irmandade

Campo Grande está sediando até o dia 20 de fevereiro, o Seminário Internacional da Rota Bioceânica. Na abertura nesta noite, o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB) destacou o sentimento de irmandade entre os países que fazem parte de todo o corredor, incluindo Brasil, Paraguai, Argentina, Bolívia e Chile.

O evento acontece no Centro de Convenções Arquiteto Rubens Gil de Camillo, reúne autoridades e empresários do Brasil, Paraguai, Argentina e Chile para discutir os avanços e desafios do Corredor Bioceânico, projeto que visa integrar os oceanos Atlântico e Pacífico através de uma rota rodoviária de aproximadamente 3.250 km.

Ele começou o discurso agradecendo a presença e citando que estava muito feliz de receber as autoridades nacionais e internacionais. Seu principal ponto do discurso foi destacar a parceria entre todos os presentes. "Convívio mútuo é o principal elemento. O nosso turismo já aumentou. Garanto que o turismo nas regiões do corredor está aumentando. A integração física é o primeiro passo. Viva a América do Sul!".

A ministra do Planejamento e Orçamento do governo federal, Simone Tebet, citou em seu discurso que a América do Sul é uma região de paz e união, onde "não há muros nem cercas que nos separam, apenas ruas estreitas". Ela enfatizou que os países vizinhos são recebidos como irmãos e que essa proximidade fortalece as oportunidades econômicas e sociais da região.

O discurso dela também destacou a mudança de postura do Brasil em relação à integração continental. O governo federal, segundo o participante, agora trabalha ativamente para fortalecer as relações com os países vizinhos. "O Brasil já esteve de costas para a América do Sul, mas hoje temos um presidente que entende essa importância", disse, referindo-se ao presidente Lula. Ele lembrou que o projeto da Rota Bioceânica já era discutido há mais de 30 anos e que, agora, está se tornando realidade. "Esta é a hora certa, e essa realidade se deve ao momento histórico que estamos vivendo", concluiu.

Também durante a abertura do seminário, o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação de Mato Grosso do Sul, Jaime Verruck, destacou a importância da integração regional proporcionada pelo corredor. Em seu discurso, Verruck enfatizou que a iniciativa vai além de uma obra de infraestrutura, representando um novo capítulo na geopolítica sul-americana ao unir distâncias, acelerar o comércio e fomentar o turismo. Ele ressaltou que o projeto impactará diretamente a vida das populações locais, oferecendo novas oportunidades econômicas e melhor qualidade de vida.

O presidente da Fiems (Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso do Sul), Sérgio Longen, comparou o Corredor Bioceânico ao "Canal do Panamá brasileiro", destacando seu potencial para transformar a região em um eixo de desenvolvimento econômico e social. Longen mencionou que o projeto reduzirá distâncias e custos, criando novas oportunidades para a indústria local. Ele também anunciou a inauguração, prevista para maio, do Observatório da Indústria, que fornecerá dados e análises para empresários interessados em investir na região.

O senador por Mato Grosso do Sul, Nelson Trad (PSD) destacou a importância da integração logística e a necessidade de um alinhamento eficiente entre as aduanas dos países participantes para garantir a competitividade da rota. Trad também homenageou figuras que contribuíram para o avanço do projeto, como o senador Ruben Figueiró e o ex-governador Pedro Pedrossian, reconhecendo seus esforços na promoção da integração regional.

Representando a Argentina, o governador da província de Jujuy, Carlos Alberto Sadir, enfatizou a importância da cooperação entre os países envolvidos para fortalecer as conexões entre os oceanos Atlântico e Pacífico e ampliar a interação econômica e cultural entre as localidades. Sadir destacou que a integração regional é fundamental para o desenvolvimento sustentável e para a inserção competitiva dos países sul-americanos no mercado global.

Do lado chileno, o governador da região de Tarapacá, José Miguel Carvajal, celebrou o momento histórico de avanço do projeto e ressaltou a presença de uma delegação composta por prefeitos e representantes empresariais de sua região. Carvajal destacou a importância de instituições fortes nos territórios para o desenvolvimento dos países e reforçou o compromisso do Chile com a integração regional promovida pelo Corredor Bioceânico.

O ministro de Obras Públicas e Comunicações do Paraguai, Arold Berger, reafirmou o compromisso de seu país com a construção do terceiro trecho da Rota Bioceânica, que conectará Estigarribia a Pozo Hondo, facilitando o intercâmbio comercial, turístico e cultural entre os países envolvidos. Berger mencionou a recente visita do presidente paraguaio, Santiago Peña, às obras, demonstrando o empenho do governo paraguaio na concretização do projeto.

O Seminário Internacional da Rota Bioceânica segue até o dia 20 de fevereiro, com uma programação que inclui painéis temáticos sobre infraestrutura, tecnologia, inovação, alfândega e impacto social, além de reuniões técnicas e culturais. O evento culminará com a apresentação da "Carta de Campo Grande", documento que consolidará os principais encaminhamentos e acordos estabelecidos durante os debates.

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