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Capital

Assassina confessa de chargista fica presa

Juiz decidiu pela conversão da prisão temporária em preventiva de Clarice Azevedo que matou Marco Atônio Borges

Anahi Zurutuza e Marta Ferreira | 21/12/2020 11:13
Clarice com o rosto coberto ao chegar à DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídio) (Foto: Paulo Francis)
Clarice com o rosto coberto ao chegar à DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídio) (Foto: Paulo Francis)

O juiz Aluizio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, decidiu manter presa Clarice Silvestre de Azevedo, 44 anos, a assassina confessa do chargista Marco Antônio Rosa Borges, de 54 anos. A conversão da prisão temporária em preventiva (por tempo indeterminado) é de sexta-feira (18) e foi dada em processo que tramita em sigilo.

O magistrado entendeu que Clarice deve continuar presa para a garantia da ordem pública, “visto que, ao que tudo indica, o crime foi extremamente grave e teve grande repercussão”, destacou a maneira cruel como foi praticado e registrou a necessidade de preservar testemunhas.

“Há de ressaltar-se, também, que o teórico crime foi praticado com extrema crueldade, o que denota a periculosidade da ora representada e o seu descaso em relação ao meio social. Ademais, faz-se necessária a prisão da denunciada por necessidade de garantir-se a conveniência da instrução criminal, diante da possibilidade de influenciar no depoimento de eventuais testemunhas”, diz a decisão de Pereira do Santos.

Chargista Marco Antônio Rosa Borges tinha de 54 anos (Foto: Arquivo pessoal)
Chargista Marco Antônio Rosa Borges tinha de 54 anos (Foto: Arquivo pessoal)

O crime – O assassinato do chargista provocou comoção em Campo Grande no fim de novembro. A vítima foi esquartejada e as partes do corpo colocadas em três malas e depois incendiadas, em terreno no Jardim Corcovado.

Clarice se entregou à polícia no dia 24 de novembro e confessou o homicídio. Disse ter matado Marco Antônio Borges, com quem tinha um relacionamento, depois de ser agredida pela vítima, durante um acesso de raiva.

A coluna “Capivara Criminal”, publicada semanalmente pelo Campo Grande News, apurou, porém, a existência de indícios de premeditação e de que sequer aconteceram os tapas citados pela assassina confessa.

Na dinâmica relatada por Clarice, houve empurrão, homem caiu da escada e foi parar em cima de um colchonete. Só aí, foi golpeado, não sabe quantas vezes, com uma faca.

Na sequência, para tentar se livrar do corpo, ela esquartejou o cadáver, com a ajuda do filho de 21 anos, colocou nas malas e levou para terreno vizinho à casa do rapaz. Entre a casa dela, no Monte Castelo, e a do filho, na saída para Sidrolândia, Clarice ficou cerca de 20 horas até abandonar os restos mortais do cartunista.

Os exames feitos no lugar onde Clarice cometeu o assassinato, no Monte Castelo, indicam que ela contou os fatos de forma diferente como aconteceram. Marcos Borges, conforme a investigação jornalística da coluna, estava na cama usada por Clarice, possivelmente de costas, quando levou a primeira facada.

A mulher responde por homicídio doloso, ocultação e destruição de cadáver. Se ficar confirmado, ao fim do inquérito, que ela planejou tudo, podem ser acrescidas qualificadoras que ampliam a possibilidade de punição e dificultam a defesa diante de eventual tribunal do júri.

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