Assassino confesso de Rhennan diz que matou por "motivos fúteis" e ficará preso
Justiça converteu flagrantes de Jhonny de Souza Mota e Diego Laertes em prisão preventiva
Assassino confesso da morte de Rhennan Matheus Oliveira Tosi, o servente Jhonny de Souza Mota, 25 anos, disse que a briga começou por “motivos fúteis”, na noite de domingo, nos altos da Avenida Afonso Pena. Pediu o revólver calibre 38 emprestado e atirou, atingindo a vítima no abdômen.
Jhonny Mota e o amigo, o estudante Diego Laertes Vieira Vasconcelos, 23 anos, foram presos pelo crime, sendo indiciados inicialmente por homicídio qualificado por motivação fútil e sem chance de defesa da vítima, além de posse e porte irregular de arma, respectivamente.
Hoje, na audiência de custódia, a Justiça em Campo Grande reverteu o flagrante em prisão preventiva, ou seja, sem prazo determinado para acabar.
No depoimento prestado à Polícia Civil, Jhonny disse que mora no Bairro Guanandi com a mulher, grávida de nove meses e trabalha atualmente como lavador de carros, em um lava-jato. No documento, consta apenas que discutiu com Rhennan por “motivos fúteis” e sabia que Diego estava com revólver e, por isso, pediu emprestada, atirando, em seguida, no rapaz, que morreu no local.
O outro envolvido, Diego Laertes, disse que é amigo de Jhonny e foi para Avenida Afonso Pena com o irmão de 15 anos no domingo, por volta das 19h40. Admitiu que foi armado, levando o revólver calibre 38 com cinco munições.
Diego diz que viu quando Rhennan Matheus chegou na avenida, estacionando Celta e que o para-choque do carro caiu sozinho. Na sequência, o rapaz foi tentar arrumar a peça batida nas pessoas, entre elas, Diego.
Na versão de Diego, os dois discutiram, trocaram ofensas e Rhennan teria dito “isso não vai ficar assim”. Um dos amigos de Rhennan foi até ele, se desculpou e disse que o rapaz “estava loucão”.
Depois de cerca de meia hora, o irmão dele e Jhonny o procuraram. O amigo perguntou “do ferro”, referindo-se ao revólver. Entregou a arma para o amigo, acreditando que ele só queria “assustar alguém”. Os tiros aconteceram cerca de 50 minutos depois. Ouviu o tiro e saiu correndo, indo embora de moto, sendo a primeira vez que emprestou o revólver para Jhonny.
Ainda na versão apresentada por Diego, Rhennan e os amigos estavam armados com pistolas.
O irmão adolescente de Diego, de 15 anos, também prestou depoimento e disse que viu quando um motociclista quase atingiu Rhennan no “zerinho”. Afirma ter visto quando Jhonny pegou a arma que estava na Saveiro, mas não soube quando o revólver foi entregue ao irmão.
Depois disso, viu quando Jhonny pegou a arma de Diego, que indagava “pra quê?”. O outro respondeu “para resolver um negócio”. O adolescente contou que Jhonny é “brabão” e “que toda festa faz rolo”.
Um amigo dos dois presos também prestou depoimento. O mototaxista Rodrigo da Silva disse que estava nos altos da Afonso Pena com os dois e presenciou a discussão, quando Jhonny “chamou Rhennan para a porrada”, mas o rapaz não aceitou e teria feito gestos com as mãos indicando que estaria armado. Segundo ele, Rhennan estava com umas 15 pessoas.
Diego estava afastado, Jhonny foi até ele e disse “O mané, me dá o revólver”, sendo questionado o motivo, mas o outro não respondeu.
O advogado Vlandon Xavier Avelino, que representa Diego Laertes, disse que já esperava por este resultado e que irá entrar com pedido de revogação e, em caso de negativa, com habeas corpus. Jhonny Mota não tem advogado e recorreu à Defensoria Pública.
Prisão – Rhennan Matheus era estudante de Enfermagem e trabalhava numa clínica com esterilização de material. No domingo, foi com amigos aos altos da Afonso Pena, ponto tradicional de encontro para quem gosta de manobras.
Até agora, a motivação da briga não ficou clara. Jhonny atirou, fugiu e foi preso na Chácara das Mansões, por volta das 4h de segunda-feira. O paradeiro dele foi passado pelo comparsa, depois de ter sido procurado pela Polícia Civil.
Antes do crime, policiais já haviam recebido denúncia anônima, por volta das 17h20 do dia 31, indicando que havia um homem armado pelo Bairro Aero Rancho, numa Saveiro, sendo identificado como sendo Jhonny de Souza Mota. Ele não foi localizado. Mais tarde, a equipe soube do crime na avenida.