Para comerciantes, algazarra aos fins de semana espanta clientes
Ontem, a bagunça no local terminou com a morte de um rapaz de 19 anos com tiro no abdômen
Para a maioria dos vendedores ambulantes, a algazarra de fim de tarde nos fins de semana com som alto e borrachões (manobras de motos e carros) nos altos da Avenida Afonso Pena espantam os clientes. Além disso, outra situação que chama a atenção dos comerciantes é o lixo deixado por esses frequentadores.
Ontem, a bagunça no local terminou em tragédia. O estudante de Enfermagem Rhennan Matheus, de 19 anos, morreu na Santa Casa, cerca de 1h depois de levar um tiro no abdômen, no estacionamento das obras do Aquário do Pantanal. O rapaz fazia uma manobra de moto conhecida como zerinho, quando se desentendeu com o atirador. O suspeito foi preso por policiais civis na manhã desta segunda-feira (1º), na casa da mãe.
Há 1 ano na região, o comerciante Renan Azoia Mandotti, 18 anos, trabalha com aluguel de bicicleta e com a venda de açaí e água de coco. Segundo ele, como o ambiente é muito familiar no local, os “piseiros” feitos pela galera do som alto e das manobras de moto e carro espantam os clientes quando começa a escurecer.
“Fecho às 20h, mas no outro dia, tem muito lixo no chão. Os garis vêm cedo para limpar a bagunça”, disse. Para Renan, a única solução seria manter uma viatura da PM (Polícia Militar) no local. “Se a polícia ficasse o tempo todo aqui, ia ser bom. Porque tem muito movimento e só a polícia mesmo para inibir a bagunça deles”, comentou.
Compartilha da mesma opinião Jorge Gomes da Silva, 56 anos, dono de uma barraca de coco. Há 8 anos na redondeza, ele afirmou que depois da pandemia, a região voltou a ficar tumultuada. “Ali na frente do Aquário não é nada bom. A partir das 18h, o pau tora. Fica feio se a polícia não vem”, contou.
Conforme Jorge, ainda ontem, comentou com alguns clientes que a qualquer hora iria acontecer uma tragédia, se não tomassem providências. "A maioria do povo não sabe o que é divertimento. Eles querem a baderna, caçar confusão. Eu acho que a polícia deveria manter uma equipe aqui depois das 17h. Quando eles colocam a viatura ali, você não vê bagunça”, disse.
Indignado com a morte do filho, o autônomo de 49 anos, que não quis ser identificado por medo de represália, pede que a polícia fiscalize os "rolês" que acontecem nos altos da Avenida Afonso Pena. "Policiamento tem que ser constante ali, tem muita coisa errada nesse lugar", desabafou por telefone, durante entrevista ao Campo Grande News. A reportagem entrou em contato com a PM e a Guarda Civil Metropolitana para saber como funciona o policiamento no local e aguarda retorno.