Atuação de guardas municipais no trânsito divide opiniões de condutores
O fato de guardas municipais também estarem fiscalizando o trânsito de Campo Grande está dividindo opiniões entre a população. De um lado estão os que acreditam que a ação vai ajudar a coibir as infrações de trânsito e acidentes, e do outro estão os que acham que os servidores acumularam funções e se excedem nas autuações.
O eletricista Juciê da silva Moura, 32 anos, por exemplo, disse que o objetivo da prefeitura com a novidade na Guarda Municipal é arrecadar mais impostos. “A única e verdadeira intenção da prefeitura é arrecadar dinheiro. Acho que eles estão mudando o foco do trabalho da Guarda, que é o de cuidar da população”, comentou.
Para o eletricista, existem vários outros problemas no trânsito da Capital que deveriam ser resolvidos em primeiro lugar. “Para começar a reforçar a fiscalização eles deveriam primeiro resolver os principais problemas do trânsito. Por exemplo, não existe estacionamentos na cidade e nem rampas de acesso para cadeirantes e idosos, isso é uma absurdo” explicou Juciê.
O moto-entregador Edno Moreira, 47, afirmou que houve uma troca de responsabilidade entre os órgãos municipais. Segundo ele, o papel que antes era desenvolvido pela Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) está sendo desenvolvido pelos guardas municipais. “De princípio era para eles ajudarem os agentes de trânsito e não tomar o lugar deles. Por que hoje é difícil você encontrar os amarelinhos nas ruas, a gente só encontra os veículos da Agetran”, destacou.
Já a recreadora Maria Aparecida, 46, falou que a mudança veio para melhor. “Acho que veio pra somar. Eu sempre vejo eles passando pelos bairros. É muito bom para tirar gente não habilitada e veículos irregulares do trânsito”, informou.
Conforme o guarda municipal Anderson Militão, 27, as críticas acontecem por que a população não estava acostumada com a fiscalização mais intensa. “A gente percebeu uma mudança no comportamento dos condutores a partir de dezembro, quando começamos a atuar. Eles estão mais cautelosos, por que sabem que também podemos multar”, apontou.
O guarda explicou o por que de as fiscalizações acontecerem em sua grande maioria na região central da cidade. “Por causa do grande fluxo de veículos no Centro e pela questão de ainda não estarmos armados. Por exemplo, nos bairros encontramos muitas motocicletas roubadas ou furtadas, não podemos perseguir os meliantes por que eles podem estar armados e atirar em um de nós. É mais por questões da nossa segurança mesmo", justificou.
Anderson citou quais são as principais infrações de trânsito cometidas pela população. “Condutores sem usar o cinto de segurança, usando celular, furando sinal vermelho, parando em fila dupla, motociclista com viseira levantada ou usando chinelo, crianças pequenas sendo carregadas em motos e ultrapassagem indevida são as principais ocorrências. Nós anotamos a placa, horário e local dos fatos, registramos no sistema e em 15 dias o condutor recebe a autuação em casa. Depois ele tem mais 30 dias para recorrer”, finalizou.
Nos próximos meses 200 guardas municipais passarão a ter armamento. Antes disso, eles fazem curso de qualificação no Cfap (Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças) da Polícia Militar para ter o porte de arma. Ao todo, 82 guardas já estão atuando na fiscalização de trânsito na Capital.