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Capital

Avó de Bruninho pede indenização de R$ 6,4 milhões a ex-goleiro

O menino foi ‘indesejado, amaldiçoado e violentado’ pelo pai, alega defesa

Anahi Zurutuza | 07/07/2016 19:05
A avó e o menino moram em Campo Grande. (Foto: Arquivo)
A avó e o menino moram em Campo Grande. (Foto: Arquivo)

Em nome do neto, que hoje tem 6 anos, Sonia de Fátima Moura pleiteia na Justiça que o ex-goleiro do Flamengo Bruno Fernandes pague indenização de ao menos R$ 6,4 milhões por danos morais e materiais ao menino, filho dele com Eliza Samudio. O processo tramita desde setembro de 2014 na 6ª Vara Cível de Campo Grande.

Na ação, a defesa da família, comandada pela advogada Maria Lúcia Borges Gomes, alega que Bruninho perdeu o bem mais precioso que poderia ter: a própria mãe. Um patrimônio “inestimável, irrecuperável, insubstituível”, classifica a defensora.

O menino foi “indesejado, amaldiçoado e violentado, agredido fisicamente e psicologicamente ao ser arrancado dos braços de sua mãe, sem piedade”, continua argumentando a advogada.

A criança tem de ser indenizada pelo ex-jogador, conforme as alegações da representante dele no pedido inicial, porque Bruno é responsável pelas violências que o garoto sofreu, quando ainda estava no ventre da mãe e depois, com 4 meses de idade, quando Eliza foi sequestrada junto com o filho e morta a mando do ex-jogador.

Sonia de Fátima, avó do menino, esteve no julgamento de Bruno em 2013 (Foto: Flávio Tavares/Hoje em Dia)
Sonia de Fátima, avó do menino, esteve no julgamento de Bruno em 2013 (Foto: Flávio Tavares/Hoje em Dia)

A defesa relata no pedido que por várias vezes Bruno tentou fazer com que Eliza abortasse. Ele teria agredido e forçado a moça a tomar medicamentos para interromper a gravidez, segundo denúncias feitas por ela à Polícia Civil do Rio de Janeiro, que foram anexadas ao processo. Só por estes fatos, o autor mereceria ser indenizado, alegam os advogados, uma vez que Bruninho foi lesado, mesmo que no inconsciente.

De acordo com o pedido, a Polícia Civil de Contagem (MG), que conduziu as investigações sobre a morte de Eliza, e a acusação contra Bruno provaram durante o julgamento dele que Bruninho presenciou a violência sofrida pela mãe antes dela ser assassinada.

As consequências das situações vivenciadas pelo bebê foram as “marcas na alma, violência física e psicológica eternamente registradas na vida do autor”, continua a defesa.

Cálculo – Pelos danos materiais, a avó, que representa o neto, quer receber R$ 4,4 milhões. O valor foi calculado com base na renda, de R$ 22,1 mil, declarada pelo ex-jogador, e corresponde a dois terços do salário do pai, que deveriam ser pagos a Bruninho até que ele completasse 25 anos, tivesse concluído o Ensino Superior e condições de se sustentar.

Já pelos danos morais, a defesa pede que o juiz arbitre o valor, mas não menor que R$ 2 milhões.

Para garantir o pagamento das indenizações, em 2014, os advogados pediram o bloqueio de bens de Bruno e também do dinheiro que ele teria para receber da rescisão trabalhista com o Clube de Regatas do Flamengo.

Mas, no dia 19 de dezembro daquele ano, o juiz Daniel Della Mea Ribeiro indeferiu o pedido liminar para congelar os bens do ex-goleiro. A ação, contudo, continua tramitando.

Eliza foi sequestrada no Rio de Janeiro e morta em Minas Gerais, conforme acusação (Foto: Reprodução/Facebook)
Eliza foi sequestrada no Rio de Janeiro e morta em Minas Gerais, conforme acusação (Foto: Reprodução/Facebook)
Bruno foi condenado a 22 anos de prisão pelo homicídio (Foto: Divulgação)
Bruno foi condenado a 22 anos de prisão pelo homicídio (Foto: Divulgação)

O crime - Eliza foi torturada e morta a mando do goleiro, conforme a acusação. O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola, teria sido contratado para matar a jovem e esconder o corpo.

Ele teria asfixiado e cortado o corpo da modelo, jogando os pedaços para os cães da raça rottweiler, que ele criava. A condenação de Bruno foi em março de 2013.

Recentemente, uma nova pista sobre o crime teria aparecido. O irmão do ex-jogador, Rodrigo Fernandes das Dores de Sousa, 27 anos, prestou depoimento no Piauí relatando que presenciou o assassinato e sabia onde estavam os restos mortais de Eliza. Ele pede para entrar no programa de proteção a testemunha e só então dará mais detalhes.

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