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Capital

Banco do Brasil começa a concretar túnel aberto por quadrilha até cofre

Conforme engenheiros, há risco de desabamento da estrutura

Tainá Jara e Maressa Mendonça | 26/12/2019 15:32
Operários utilizam máquinas para fechar parte do túnel aberto por quadrilha para roubar banco (Foto: Paulo Francis)
Operários utilizam máquinas para fechar parte do túnel aberto por quadrilha para roubar banco (Foto: Paulo Francis)

O túnel aberto durante plano de assalto à Central Administrativa do Banco do Brasil, em Campo Grande, começou a ser fechado nesta quinta-feira. Com 70 metros, o corredor cavado por uma quadrilha a partir de residência na Rua Minas Gerais, a cerca de uma quadra da agência, foi descoberto no final de semana.

Quatro caminhões com concreto estão no local, contratados pelo Banco do Brasil. A ordem é fechar o trecho que passa sob o prédio da Central Administrativa. Mas, segundo os operários, há material suficiente para cobrir a maior parte do túnel. A estrutura aberta pelos ladrões já alcançava o ponto onde fica o cofre quando foi descoberta. 

Dois engenheiros ouvidos pela reportagem do Campo Grande News comprovam o risco de desabamento da estrutura. Conforme Jonathas Braga, não é possível saber em quanto tempo isto poderia ocorrer, no entanto, o intenso fluxo de veículos na região, inclusive de ônibus, e a temporada de chuvas podem acelerar o processo de desgaste, colocando em risco prédios da região que tem muitos comércios localizados sobre o túnel.

Sobre a responsabilidade quanto ao fechamento do túnel, o engenheiro Téo Martins lembra que os proprietários dos imóveis localizados sobre corredor não tem qualquer obrigação porque respondem apenas pelo lote na parte superficial. “A responsabilidade deles é do solo para cima”. 

Túnel de 70 metros aberto pela quadrilha para chegar ao cofre. (Foto: Henrique Kaiwaminami)
Túnel de 70 metros aberto pela quadrilha para chegar ao cofre. (Foto: Henrique Kaiwaminami)

Moradores - “Não tenho preocupação porque esse túnel está muito profundo”, diz Sandro Corrêa, que trabalha em uma oficina entre a casa alugada pelos criminosos e o Banco do Brasil.

O funcionário de uma funilaria, que pediu para não ter o nome identificado, também não acredita na possibilidade de danos. “Não temos essa preocupação. Quem tem que se preocupar é o banco”, disse o homem que trabalha há 17 anos na região.

Plano de R$ 1 milhão - Conforme a polícia, as obras para viabilizar o roubo começaram há seis meses. Porém, apenas no último sábado o Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros) agiu para interromper o plano com a prisão de sete pessoas e morte de outros dois membros da quadrilha.

As apurações concluíram que o lucro obtido com o crime seria dividido entre os nove participantes identificados. A operacionalização do esquema já custava R$ 1 milhão. Os homens que trabalhavam na escavação recebiam R$ 2 mil por semana pelo trabalho. O plano de roubar o banco era arquitetado há pelo menos três anos.

Os engenheiros Téo Martins e  Jonathas Braga alertam para os riscos de desabamento (Foto: Paulo Francis)
Os engenheiros Téo Martins e Jonathas Braga alertam para os riscos de desabamento (Foto: Paulo Francis)
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