Bengala sai de cena e vagas de idosos ganham novo símbolo na Capital
Locais reservados ou exclusivos terão de estampar a imagem de pessoa com a coluna ereta e a expressão “60+”

A prefeitura sancionou nesta quarta-feira (10) uma medida que substituiu o pictograma de sinalização indicativa de vagas, assentos, filas e outros serviços prioritários para a pessoa idosa no município.
Em vez da atual imagem, de uma pessoa curvada e de bengala, entra em cena o desenho de uma pessoa em posição ereta acompanhado da expressão “60+” ao lado. A nova sinalização de vagas para idosos tem objetivo representar mais fielmente a população que mais cresce no país e que se mostra cada vez mais ativa.
Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 2022, a expectativa de vida da população masculina no Brasil chegou a 72,2 anos e a feminina 79,3 anos.
O projeto, que agora virou lei, foi apresentado na Câmara Municipal de Campo Grande pelo vereador Otávio Trad (PSD) e tem como objetivo adequar as vagas para a população ao movimento nacional iniciado em 2016 , quando a OMS (Organização Mundial da Saúde) emitiu um comunicado alertando que o comportamento preconceituoso contra idosos pode afetar negativamente a saúde física e mental dessa parcela da população.
“Estamos em uma outra realidade, em que não cabe mais essa imagem. É tratar a pessoa idosa de forma discriminatória e enquanto parlamentar temos a obrigação de mudar esse conceito”, explicou o autor da proposta.
Conforme a publicação da medida assinada pela prefeita Adriane Lopes (Patriota), caberá ao Executivo, por meio dos órgãos competentes, realizar a substituição das sinalizações em locais públicos, que deverão ser implementadas de forma gradual.

Para a turma que já passou dos 60 anos, a mudança no pictograma é um sinal de respeito, que agora de fato vai representar os idosos que estão mais ativos do que muito garotão de 30 anos.
"Eu não me identificava com essa placa, parece que o véio já estava no pau da goiaba (sic). Sem falar que não é todo idoso que esta curvado ou precisando de bengala. Eu gostei mais dessa", brincou Adilson Luiz de Oliveira, que aos 74 anos vende balas no centro de Campo Grande.
A mesma opinião é compartilhada pelo aposentado Bernardo Rodrigues Barbosa, de 91 anos, que garante que está “vendendo saúde”. "Eu estou tão bem que as pessoas se assustam quando digo minha idade, fiz esse dias a revalidação da minha carta de motorista e o médico disse que se não fosse audição eu estaria no mesmo patamar que um moço de 20 anos", justificou.

Quem também aprovou a mudança foi o "vovô atleta" Severino Araújo de Lima, de 80 anos. Bastante ativo, o aposentado afirma que dá “show” em muito moleque de 18 anos. “Eu tenho 80 anos e jogo bola até hoje. Também viajo, caminho longe sem reclamar. Agora, coloca um guri de 18 anos pra andar junto comigo, ele não aguenta. Essa placa nova é melhor", frisou.
Lei é lei - Asseguradas pelo Contran (Conselho Nacional de Trânsito), as vagas para pessoas idosas devem representar no mínimo 5% do total de vagas em um estacionamento coletivo. As vagas devem ser sinalizadas de acordo com a regulamentação de cada estado. Além disso, é importante que todo o estacionamento ofereça a acessibilidade necessária e que as vagas exclusivas estejam em locais de fácil acesso, fazendo com que as pessoas tenham que se deslocar o mínimo possível.
Vale ressaltar que quem utiliza as vagas para deficientes ou idosos em estacionamentos de forma irregular, sem a credencial, está cometendo uma infração gravíssima, estando sujeito a uma multa de R$ 293,47, além de 7 pontos na carteira.