Busca por menino que sumiu em córrego é suspensa e volta nesta sexta
As buscas ao menino de 12 anos, identificado apenas como Cauã, foram suspensas. A criança sumiu por volta das 15h20 desta quinta-feira (19) enquanto nadava com dois primos no córrego Imbirussu, no Jardim Sayonara - região oeste de Campo Grande. Ele foi levado pela forte correnteza que surpreendeu os meninos.
Inicialmente, as buscas seriam realizadas por toda a noite. Porém, a chuva voltou a atingir a região e fez com que o nível da água no córrego voltasse a subir, obrigando o Corpo de Bombeiros a suspender as buscas, que serão retornadas nesta sexta-feira (20) logo pela manhã, quando a luz natural ajudará.
O trabalho de resgate envolve 10 militares, sendo que dois deles são mergulhadores. Há duas equipes divididas em uma área de 4 km, sendo que uma está no ponto de onde o garoto foi arrastado, na rua Artur Marinho, no Sayonara, até a região do Jardim Carioca, na barragem do frigorífico JBS - que foi fechada para auxiliar as buscas.
"É um trabalho incansável. Fizemos uma primeira busca e depois outra, com dois mergulhadores. Vamos fazer um pente fino aqui. Queremos encontrar o menino com vida e temos que ter fé e esperança nisso", conta o comandante das buscas, que duraram cerca de 3h nesta quinta, o tenente dos Bombeiros, Rafael Xavier.
O militar também faz um alerta sobre crianças e adolescente se banhando sozinhos em córregos, rios, lagoas, entre outros. "É um questão de brincar com o perigo. É preciso um responsável para cuidar ou inibir", frisa. Porém, moradores da região contam que é comum garotos, muitos escondidos dos pais, irem se banhar no córrego.
Cauã morava com o pai no bairro. A tia dele foi ao local do incidente, mas não quis conversar com a imprensa. Na casa da menino, perto dali, outros familiares disseram estar abalados com a situação e também preferiram não comentar nada sobre o caso até que Cauã seja encontrado e esclarecido o que aconteceu.
Criança salva - Cauã tomava banho no córrego ao lado do primo Fábio, enquanto outro primo, Silas, que tem entre 15 e 16 anos irmão de Fábio, pescava. Quem conta isso é o pedreiro Rodrigo Ricaldes Flores, de 34 anos, que jogava futebol com o sobrinho em frente da casa da irmã e foi chamado para socorrer os meninos.
"Um dos garotos, o Silas, chegou correndo pedindo ajuda. Fui no córrego e consegui puxar o Fábio da água. Ele estava preso em um galho. Mas o Cauã foi levado pela água", explica Ricaldes, que conhece a família das vítimas e estava na rua professor Leverno de Queiroz, a poucos metros do córrego.
Além disso, Ricaldes revela que é comum crianças e adolescentes nadarem no córrego. "Até meu sobrinho já saiu escondido para brincar lá", conta. Perto do frigorífico, também já houve crianças que ficaram ilhadas após o córrego subir repentinamente, precisando ser resgatadas pelo Corpo de Bombeiros.
E a cheia repentina e inesperada do córrego é justamente apontado como um dos motivos para que os garotos tenham sido levados pela água. "Aqui só garoava, mas já chovia forte em bairros próximos. A água desses locais desce toda aqui para o córrego Imbirussu e pega quem estiver lá de surpresa", frisa Ricaldes.