Caminhada de pessoas com deficiência marca luta por mais visibilidade
Cerca de 100 deficientes saíram nesta sexta-feira da Praça Ary Coelho em caminhada pela Avenida Afonso
Em alusão ao Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, celebrado no dia 3 de dezembro, e por mais inclusão e visibilidade, cerca de 100 participantes saíram na manhã desta sexta-feira da Praça Ary Coelho em caminhada pela Avenida Afonso Pena com destino à Praça do Rádio, em Campo Grande.
No 3º mandado, Tânia Regina Cunha, presidente do Consep/MS (Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência de Mato Grosso do Sul), disse que o principal objetivo da caminhada é dar visibilidade às pessoas com deficiência, que durante o período de pandemia, ficaram ainda mais invisíveis.
Segundo ela, que tem deficiência visual, o lema da campanha desenvolvida esse ano pela ONU (Organização das Nações Unidas) é “nada sobre nós, sem nós”. “Não queremos que decidam nada sobre nós sem a gente, sem a participação do Conselho, por exemplo. Tem alguns decretos que acabam passando despercebidos, sem nosso consentimento”, explicou.
Compartilha da mesma opinião Telma Nantes de Matos. Também com deficiência visual, ela é subsecretária da Secretária de Pessoas com Deficiência de Mato Grosso do Sul, criada há 6 meses. “Sou a primeira subsecretária mulher e com deficiência, isso é muito importante, porque é com essa representatividade que conseguiremos dar visibilidade às pessoas com deficiência e fortalecer políticas públicas de inclusão”, destacou.
Segundo o diretor-presidente do Ismac (Instituto Sul Mato-grossense para Cegos Florivaldo Vargas), Márcio Ximenes Ramos, 40 anos, muitas vezes, os direitos das pessoas com deficiência não são cumpridos, mesmo estando na lei, como questões de acessibilidade em bares, restaurantes e motéis. “As pessoas acham que um deficiente visual não consome esse tipo de produto e serviço, mas a lei nos garante isso”, disse.
Conforme dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), cerca de 45 milhões de pessoas têm algum tipo de deficiência no Brasil.