Campo Grande atinge pior isolamento em um fim de semana desde 1º caso confirmado
Na sexta-feira (5), índice de 32% foi o mais baixo desde a segunda quinzena de março
Entre sexta-feira (5) e domingo (7), a taxa média de isolamento social em Campo Grande ficou em 38%, segundo dados da startup InLoco divulgados pelo governo do Estado. O índice é o pior para um fim de semana desde a identificação do primeiro caso de novo coronavírus na Capital, dia 11 de março, também data em que a doença foi classificada como pandemia pela OMS (Organização Mundial de Saúde).
Os 32% detectados na sexta - ou seja, 3 a cada 10 campo-grandenses em casa - foi a pior taxa desde o dia 17 de março, quando a prefeitura ainda sequer havia decretado fechamento de comércio ou toque e recolher.
Ultrapassada por Dourados na semana passada, Campo Grande é a segunda do Estado em número de casos de covid-19, com 398 confirmados, mas é a primeira em mortes - são 8 até agora.
Na noite de sábado, a Guarda Municipal mandou de volta para casa 458 pessoas que descumpriam o toque de recolher vigente (das 00h às 5h). Destas, pelo menos 80 se aglomeravam em festa na chácara Ecoville, proximidades do bairro Rita Vieira, zona sul da Capital.
Na região central, não é raro flagrar lotados bares e restaurantes da Avenida Afonso Pena e Rua Euclides da Cunha. Os relatos pelos bairros periféricos também são de estabelecimentos abarrotados de gente.
Sem vacina ou medicamentos eficazes para combater a covid-19, autoridades em Saúde recomendam o isolamento social para frear o contágio e evitar colapso em hospitais, o que já ocorre em estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Amazonas, Pará e Ceará.
Estudos, como o da UFS (Universidade Federal de Sergipe), associam a disparada de casos de novo coronavírus à queda no índice de isolamento.
Mato Grosso do Sul ainda é o último estado do País em casos (2.324) e mortes (22), mas registra crescente na evolução de novas confirmações semana após semana.
Segundo pesquisa do grupo Covid-19 Analytics, formado por professores da PUC-Rio, a taxa de contágio do Estado é a terceira mais alta do Brasil, com 3,81, o que significa dizer que um sul-mato-grossense infectado transmite a doença a praticamente outras quatro pessoas. A média brasileira é de 1,92.