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Capital soma 92 casos de hepatite A com alta de diagnósticos em outubro

Segundo dados da Sesau, homens representam a maioria dos casos contabilizados até novembro

Por Jéssica Fernandes | 05/11/2024 07:57
Vacina para Hepatite A está disponível no ambulatório do HRMS. (Foto: Saul Schramm)
Vacina para Hepatite A está disponível no ambulatório do HRMS. (Foto: Saul Schramm)

Campo Grande registra 92 casos de hepatite A, segundo dados da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde). A maioria dos diagnósticos foi realizada em homens na faixa etária de 20 a 39 anos.

RESUMO

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Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, enfrenta um surto de hepatite A, com 92 casos registrados em 2024. A maioria dos casos foi diagnosticada em homens entre 20 e 39 anos. A doença é transmitida via fecal-oral e pode ser prevenida com a vacinação. Os sintomas incluem fadiga, mal-estar, febre e dores musculares, seguidos por náuseas, vômitos e alterações gastrointestinais. A vacina contra a hepatite A está disponível no ambulatório do HRMS para pessoas acima de 1 ano, especialmente para aqueles com condições de saúde específicas.

Ao todo, 58 homens foram diagnosticados com a doença, enquanto outros 34 foram contabilizados em mulheres. Em relação ao perfil das pessoas que contraíram a doença, a secretaria informou que não há nenhum estabelecido, porém foi criado um questionário para fazer busca ativa dos pacientes que contraíram hepatite A.

O primeiro caso registrado em Campo Grande ocorreu na semana 16, ou seja, entre os dias 15 a 21 de abril. Já na semana 17, entre os dias 22 a 28 de abril mais uma pessoa foi diagnosticada.

Casos de hepatite A registrados na Capital de abril a outubro deste ano. (Arte: Lennon Almeida)
Casos de hepatite A registrados na Capital de abril a outubro deste ano. (Arte: Lennon Almeida)

Os dados da Sesau divulgadas indicam que nas semanas 23, 28, 29 e 35 um caso foi contabilizado por semana. O número de diagnósticos despontou na semana 38 entre os dias 16 a 22 de setembro, quando 12 pessoas foram diagnosticadas com hepatite A.

Na semana seguinte, a 39, entre 23 a 29 de setembro, mais 12 pessoas estavam com a doença. A Sesau identificou mais 15 casos na semana 40, que começou no dia 30 de setembro e terminou em 6 de outubro.

O número máximo de diagnósticos realizados em uma mesma semana é 15, porém mais 14 pessoas contraíram hepatite A na semana 41 marcada entre os dias 7 a 13 de outubro.

Em Campo Grande, homens representam a maioria dos casos contabilizados . (Arte: Lennon Almeida)
Em Campo Grande, homens representam a maioria dos casos contabilizados . (Arte: Lennon Almeida)

Já na semana 42 foram 12 casos, na semana 43 mais 13 casos e na semana 44 com mais três. O período de registros, na sequência, representa as datas 14 a 20 de outubro, 21 a 27 de outubro e 28 de outubro.

Conforme os dados, o mês que mais rendeu diagnóstico foi outubro, quando 28 pessoas da cidade foram identificadas com o vírus A (HAV) da hepatite. Em setembro, 24 diagnósticos foram feitos, sendo o segundo mês com mais casos. Nenhum caso foi identificado nas semanas que não aparecem na pesquisa.

Além da Capital, outros seis municípios registraram neste ano um caso relacionado à doença. Dados da SES (Secretaria Estadual de Saúde) apontam diagnósticos em Corumbá (01), Bandeirantes (01), Dourados (01), Jardim (01), Ribas do Rio Pardo (01), Três Lagoas (01). Mato Grosso do Sul contabiliza, ao todo, 86 casos só em 2024.

Apesar das notificações no interior, apenas a Capital está com alerta para a doença que é transmissível via fecal-oral, contato pessoal próximo, consumo de alimentos e água contaminados. Em outubro, a Sesau emitiu o alerta com a informação que outras cidades, como São Paulo e Florianópolis, haviam relatado crescimento de casos.

Orientações - Nota técnica divulgada pela SES (Secretaria de Estado de Saúde) traz orientações sobre as formas de transmissão e as diretrizes relacionadas à vigilância e assistência a essa população.

A hepatite A é uma doença viral que pode ser prevenida por vacina. Sua transmissão ocorre via fecal-oral, frequentemente associada ao consumo de água ou alimentos contaminados, e também a condições precárias de saneamento básico e higiene.

A contaminação pode se dar através do contato pessoal, próximo ou sexual. Entre os primeiros sintomas estão fadiga, mal-estar, febre e dores musculares, que podem ser seguidos por enjoo, vômitos, dor abdominal e alterações gastrointestinais, como constipação ou diarreia. Urina escura e icterícia (pele e olhos amarelados) também são sinais característicos da infecção.

O período de incubação do vírus varia de 15 a 50 dias, e os sintomas geralmente desaparecem em menos de dois meses. O diagnóstico é realizado por exame de sangue, mas não há tratamento específico para a hepatite A, sendo a hospitalização indicada apenas em casos de insuficiência hepática aguda. A automedicação, especialmente com o uso de paracetamol, é desaconselhada, já que pode agravar o quadro clínico.

Prevenção e cuidados - Para prevenir a doença, a Sesau recomenda práticas simples de higiene, como lavar as mãos antes de manusear alimentos, lavar frutas e vegetais com solução de hipoclorito de sódio e cozinhar bem os alimentos. Em ambientes públicos, é recomendada a desinfecção regular de superfícies e objetos com hipoclorito de sódio. Além disso, a população deve evitar tomar banho em locais contaminados por esgoto e o compartilhamento de utensílios como bombas de tereré e narguilés.

A vacina contra a hepatite A está incluída no calendário vacinal infantil e deve ser aplicada aos 15 meses de idade. Ela também está disponível no CRIE (Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais) para pessoas acima de 1 ano com condições de saúde específicas, como portadores de hepatopatias crônicas, coagulopatias e pessoas vivendo com HIV.

O CRIE em Campo Grande está localizado no ambulatório do HRMS, na Avenida Engenheiro Lutero Lopes, n.º 36, Bairro Aero Rancho.

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