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Capital

Cardiologista passou mal antes de morrer e se feriu na queda, diz polícia

Morte aconteceu por volta das 20h deste domingo, na casa de massagem e sauna Espaço Relax, local frequentado pelo público gay

Viviane Oliveira, Bruna Kaspary e Marta Ferreira | 12/03/2018 07:27
Sauna, onde José Carlos Dorsa passou mal e morre é freqüentada pelo público gay (Foto: Marina Pacheco)
Sauna, onde José Carlos Dorsa passou mal e morre é freqüentada pelo público gay (Foto: Marina Pacheco)
Antes de 2013, Carlos era um cardiologista famoso e diretor do Hospital Universitário (Foto: João Garrigó)
Antes de 2013, Carlos era um cardiologista famoso e diretor do Hospital Universitário (Foto: João Garrigó)

O médico cardiologista e ex-diretor do Hospital Universitário, José Carlos Dorsa Vieira Pontes, 51 anos, morreu após reclamar de dores de cabeça e passar mal. O caso aconteceu por volta das 20h de ontem (11), na casa de massagem e sauna Espaço Relax, na Rua Boa Vista, no Centro de Campo Grande.

Segundo informação apurada pela reportagem com a polícia, o médico passou mal e teve uma convulsão. A médica, que fez o primeiro atendimento, disse que o cardiologista tinha uma "punção" no braço, provavelmente referente à aplicação de algum medicamento. Dorsa tinha lesão no supercílio e no rosto, compatíveis com a queda e a convulsão, quando batia o rosto no chão.

Segundo relatos do recepcionista da casa de massagem à polícia, a vítima chegou ao local por volta das 16h se queixando de dor de cabeça e que parecia estar impaciente. Por volta das 19h, José Carlos começou a passar mal em um dos quartos da sauna, frequentada pelo público gay. 

O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foi acionado e a equipe médica ainda tentou reanimá-lo, mas sem sucesso. A Polícia Civil registrou o caso como morte a esclarecer. Há suspeitas de suicídio ou overdose por medicamentos. O corpo foi levado ao Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal) para exame necroscópico.

O Campo Grande News tentou falar com o proprietário da sauna, mas as ligações não foram atendidas. Ontem, o estabelecimento realizou uma festa com o nome Caliente, que começou as 15h. 

Dorsa era um dos envolvidos na “Máfia do Câncer”, esquema investigado pela Polícia Federal, e respondia na Justiça por falsificação de documentos, uso de documento falso, peculato, formação de quadrilha e fraude em licitação.

Operação Sangue Frio - Nas primeiras horas da manhã do dia 19 de março de 2013, munidos com 19 mandados de busca e apreensão e quatro ordens judiciais de afastamento de funções, policiais federais foram ao Hospital do Câncer Alfredo Abrão, ao HU, à residência do médico oncologista Adalberto Abrão Siufi e à clínica NeoRad.

A ação, resultado de apurações feitas pela PF, CGU (Controladoria Geral da União) e MPF (Ministério Público Federal), era contra o que foi chamado de “Máfia do Câncer”.

Logo depois da operação, José Carlos Dorsa foi afastado da direção do HU por 60 dias e próximo à data do retorno, pediu para sair do cargo. Na unidade, foram investigadas fraudes em licitações, corrupção passiva, desvio de dinheiro público e superfaturamento em obras.

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