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Capital

Carnaval mal começou e já tem "treta" entre vendedores

Associação tenta organizar trabalho de ambulantes e tabelar preço de bebidas

Gabriela Couto e Ana Beatriz Rodrigues | 18/02/2023 12:39
Estrutura sendo montada para receber os foliões na Avenida Calógeras, na Esplanada Ferroviária. (Foto: Marcos Maluf)
Estrutura sendo montada para receber os foliões na Avenida Calógeras, na Esplanada Ferroviária. (Foto: Marcos Maluf)

A AACCG-MS (Associação dos Artesãos, Comida Cultural, Típica, Regional e Familiar de Campo Grande – Mato Grosso do Sul) até tenta, mas não consegue. Mais um ano organizando a venda de ambulantes durante o Carnaval na Esplanada Ferroviária começou com descontentamento dos envolvidos, neste sábado (18).

Os espaços de 3 m² foram sorteados antes do evento, após uma série de requisitos preenchidos pelos 76 vendedores que estarão oficialmente neste Carnaval comercializando comidas e bebidas. Cada trabalhador pagou R$ 30 para garantir um crachá de identificação durante a folia. Eles estarão distribuídos no perímetro da Avenida Calógeras até a Rua Antônio Maria Coelho.

No entanto, embora as exigências para cadastro da festa e cursos de manipulação de alimentos terem sido obrigatórias, a ‘treta’ começou já na organização. Com horário definido para montagem das estruturas das 8h ao meio-dia de hoje, alguns ambulantes ficaram chateados com o que encontraram.

Vendedores abastecem o estoque de cerveja para a folia. (Foto: Marcos Maluf)
Vendedores abastecem o estoque de cerveja para a folia. (Foto: Marcos Maluf)

“Era para ser organizado, mas não está. Minha barraca teria que ficar na calçada, mas colocaram os banheiros químicos no lugar, bem ao lado de onde vou vender espetinho. Pediram um monte de detalhes para poder estar aqui, proibiram venda do espetinho com talheres e palito, porque pode virar arma, mas não cumpriram com a parte deles”, lamentou Isabella Pereira.

Há oito anos trabalhando como ambulante no Carnaval, Mariana Santana dos Santos, 30 anos, afirmou que a expectativa era grande para tudo dar certo no momento da festa. “Não é a primeira vez que tentam fazer organização e não dá certo. Mas dessa vez está melhor que nos anos anteriores. Espero que continue assim durante o Carnaval”, pontuou.

A vice-presidente da associação, Andreia Lopes dos Santos, explicou que este é terceiro ano que a festa é organizada pela entidade. “Contamos com apoio da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) e Semadur ( Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Gestão Urbana ). Os crachás são para identificação das equipes”, justificou.

Moradores do Complexo Ferroviário aproveitam o momento para lucrar com festa em frente de casa. (Foto: Marcos Maluf)
Moradores do Complexo Ferroviário aproveitam o momento para lucrar com festa em frente de casa. (Foto: Marcos Maluf)

Ficou acordado uma tabela de preços para os produtos. O valor mínimo para bebidas é de R$ 6 e para comida R$ 10. Para garantir a organização da festa alguns trechos estão fechados para o trânsito de veículos. Os percursos da Avenida Mato Grosso com a Rua 14 de Julho até a Avenida Ernesto Geisel seguem interditados. A previsão é que mais tarde a Avenida Calógeras será fechada para a folia.

Sem querer se identificar, alguns trabalhadores reclamaram da estrutura montada pelo Cordão Valu. O Bar Oficial da Valu foi montado na esquina da Rua Doutor Temístocles com a Avenida Calógeras, sem ter passado pelo cadastramento. A reportagem procurou a organização do bloco, mas até o momento não teve retorno.

Além disso, os ambulantes terão que competir com os moradores das casas do Complexo Ferroviário. Muitos aproveitam a localização para ganhar uma renda extra durante o Carnaval, que acontece em frente da residência. Todos também não passaram por cursos, nem estarão com crachás.

Outra reclamação é a entrada do gelo, que só poderá ser utilizado para abastecer os freezers no período da manhã. Durante a festa, está expressamente proibida a entrada de gelo.

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