Casa abandonada foi tomada por usuários de drogas e deixou cicatriz em vizinha
O imóvel começou a ser demolido ano passado, mas até então a obra parou e acumula entulhos
Há cerca de um ano, uma casa abandonada na Rua Cavaleiro, no Conjunto Residencial Estrela do Sul, tem gerado preocupação e insegurança em moradores da região. O local começou a ser demolido, mas o que sobrou da estrutura da casa vem sendo usado como abrigo para usuários de drogas.
Entre a vizinhança, rodam burburinhos de que a propriedade foi vendida, mas ninguém sabe ao certo quem é o dono do imóvel. O responsável por ter retirado as portas e janelas também é incerto. “Foi uma mulher que invadiu a casa e quando foi sair disse que a dona deixou ela levar as portas e janelas”, afirmou uma vizinha, de 88 anos, que pediu para não ser identificada.
A versão é contestada por Marina Candido Bueno, de 75 anos, que disse conhecer a última moradora da casa. “A mulher que morava aqui era uma amiga minha, eles moravam de aluguel né? Aí eles mudaram. Quando eles mudaram daqui começaram a demolir, mas não terminaram a demolição da casa e ficou assim a ver navios”, explicou.
Mesmo morando algumas quadras acima de onde fica a casa abandonada, a aposentada contou que já foi assaltada por um homem que estava no local. A situação aconteceu em junho do ano passado, enquanto a mulher seguia para a creche do neto para deixar um chinelo.
Para se desvencilhar do homem que a segurou pelo vestido, Marina tentou correr, mas acabou caindo. Com a queda, a mulher ficou com um ferimento no joelho e carrega ainda hoje a cicatriz do machucado. A moradora ainda relembra que um vizinho saiu de uma das casas vizinhas com um cabo de vassoura na mão para ajudá-la.
“Isso aqui pega mal para os vizinhos que estão aqui na frente. Isso aqui está propício a pernilongos, a insetos, aranhas, escorpiões, que aqui no bairro tem bastante, né? E até mesmo as pessoas desocupadas que ficam aí, dormem aí tudinho. A noite passa estudante, é perigoso (sic)”, disse Marina.
A preocupação é compartilhada com a farmacêutica Barbara Costa, de 34 anos, que apesar de não morar na região, teme por sua sogra que mora em uma casa vizinha. “Por conta de ter muito entulho, está com muito mosquito, né? Então me preocupa a parte da dengue que agora está em surto, começou a aparecer rato, muito rato e escorpião”, relatou.
Barbara ainda relembra que, antes de ser tomada por moradores de rua, havia um pequeno salão na parte da frente da casa. Esse cômodo teria sido a primeira parte a ser invadida e depois disso a demolição se iniciou. Em frente ao terreno, ainda há restos do forro da casa e de alguns móveis como cadeiras e sofá.
Ainda é possível observar outros itens como espumas de estofados e colchões, garrafas pets, papelão, galhos de árvores, entre outras coisas. “A situação é bem complicada. Está muito sujo, muito mesmo. E realmente a preocupação é como se diz, rato põe na ratoeira, escorpião fica no cuidado, mas a dengue por mais que a gente passe veneno está um surto muito grande em Campo Grande. Então, a preocupação é muito grande”, enfatizou.
O Campo Grande News entrou em contato com a prefeitura, que informou que o imóvel já foi vistoriado recentemente pelo serviço de Controle de Vetores da Sesau e o proprietário notificado. Durante a visita, a equipe eliminou focos de dengue e realizou orientações para as manutenções. Ainda foi dito que o proprietário tem até o dia 1º de junho para realizar a limpeza e remoção dos materiais inservíveis, conforme foi acordado.
Ajude - A rede municipal de assistência social possui o Centro POP (Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua), que fica na Rua Joel Dibo, 2.255. A unidade oferece acesso a espaços de guarda de pertences, de higiene pessoal, de alimentação, provisão de documentação civil, entre outros serviços.
Além das buscas ativas realizadas pelos servidores, a população também pode estar informando os locais da cidade onde há pessoas em situação de rua para que as equipes possam estar realizando as abordagens. Para comunicar a localização basta entrar em contato com os números (67) 99660 6359 e (67) 996601469.
Os recolhimentos são realizados durante as 24h do dia, incluindo os finais de semana e feriados. Vale ressaltar que as equipes de abordagem fazem a oferta dos serviços à pessoa, que tem a opção de aceitar ou não o acolhimento. A recusa do atendimento por parte da população em situação de rua é um direito garantido pela Constituição Federal de 1988, em seu Art. 5º, Inciso XV.
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