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Capital

Cemitério Cruzeiro tem pintura de túmulo em família e feira de ambulantes

Local tem aproximadamente 32 mil túmulos e é um dos cemitérios públicos da Capital

Por Cassia Modena e Antonio Bispo | 02/11/2023 09:48
Marido de Venância pinta o túmulo da mãe (Foto: Alex Machado)
Marido de Venância pinta o túmulo da mãe (Foto: Alex Machado)

Este Dia de Finados (2), assim como Dia das Mães, é sinônimo de por a mão na massa para homenagear a sogra da aposentada Venância Martinez, 67. Todo ano, ela e outros membros da família vão até o cemitério público Cruzeiro, em Campo Grande, para pintar e limpar o túmulo da matriarca.

Um tom de amarelo bem intenso e alegre foi o escolhido hoje. A homenageada morreu há cinco anos, vítima de infarto. "Não tem mais nada para fazer em vida por ela, então, a gente homenageia mantendo o túmulo bonito do jeito que a gente pode", fala a nora.

Venância e a família se esforçam para fazer o mesmo no dia em que seria aniversário da homenageada. "Só não fazemos o mesmo em outras datas porque não dá. É muito longe de casa o cemitério", justifica.

Notificação - Já o motoboy Edson Feres, 41, aproveita este Dia de Finados para visitar os túmulos da mãe e do pai antes de os restos mortais dos dois serem colocados em gavetas.

Ele foi uma das pessoas notificadas pela Prefeitura de Campo Grande para providenciar a mudança, necessária para atender à nova resolução do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente), que cria novas regras para o licenciamento ambiental de cemitérios, visando proteger o lençol freático desses locais de contaminação.

Edson recebeu uma carta em casa avisando sobre a mudança, mas ainda não sabe como ficará. Por enquanto, os túmulos são revestidos em cerâmica e ficam bem cuidados com a manutenção da família.

Edson dá os últimos retoques na limpeza de túmulo (Foto: Alex Machado)
Edson dá os últimos retoques na limpeza de túmulo (Foto: Alex Machado)

Todos juntos - A família do auxiliar de serviços gerais José Nazaré, 59, foi em peso visitar os parentes que estão sepultados no Cruzeiro. Eles estavam em sete pessoas e o grupo veio de longe, do Bairro Indubrasil.

Começaram pelas homenagens à mãe de José, que morreu há 9 anos. Trouxeram coroas, flores, velas e produtos de limpeza para renovar as homenagens.

Entre as sete pessoas, havia uma criança. A ideia da família é a transmitir a tradição entre as gerações. "Esse cuidado é uma forma de manter a memória dela no coração de todo mundo", contou José.

José e família (Foto: Alex Machado)
José e família (Foto: Alex Machado)

Feira - Por ser um cemitério menor em comparação ao Santo Amaro, por exemplo, os vendedores ambulantes decidiram se concentrar em um só corredor e formar uma feira. O primeiro tem cerca de 46 mil jazigos e o segundo, também conhecido como Cemitério São Sebastião, tem aproximadamente 32 mil túmulos.

Uma delas é a padeira Mariana Roberto, 23, que está vendendo flores de plástico e velas por valores entre R$ 15 e R$ 35. Ela e a mãe estão em duas barracas, para levantar uma renda extra para a família. Trabalham em cemitérios há quatro anos, apenas nas datas de maior movimento.

Além de ambulantes, o local contava com presença massiva de evangélicos. Eles montaram mesas e cadeiras para conversar com visitantes e pregar ensinamentos religiosos.

Corredor tomado por ambulantes (Foto: Alex Machado)
Corredor tomado por ambulantes (Foto: Alex Machado)

Em todos os cemitérios públicos, que é o caso do Cruzeiro, a expectativa da Prefeitura é receber 30 mil visitantes. Um mutirão de limpeza foi realizado em preparação ao Dia de Finados.

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