Cerca de 30 medicamentos estão em falta nas unidades de saúde da Capital
Sesau afirma que houve falta pontual, já regularizada, e há processos de compra e entrega em andamento
A falta de medicamentos nas unidades básicas de saúde de Campo Grande tem gerado reclamações constantes entre a população que depende do SUS (Sistema Único de Saúde). Desde fevereiro, o Campo Grande News acompanha déficit de fármacos.
- População sente falta de remédios na rede pública da Capital
- Secretário garante que comprou remédios, mas população ainda reclama de falta
- Pacientes reclamam da falta de antidepressivos na rede pública
O problema persiste. Até esta quarta-feira (21), 29 medicamentos estavam indisponíveis em parte das unidades ou em toda a rede municipal de saúde, conforme apurou a reportagem. Eles são:
- Amiodarona 200mg (cápsulas)
- Amoxicilina 250mg/mL (suspensão)
- Amoxicilina 500mg (cápsulas)
- Bromoprida (gotas)
- Bromoprida 5mg (injetável)
- Cefalexina (suspensão)
- Cefalecina 500mg (cápsulas)
- Cloreto de potássio 6% (solução)
- Complexo B (injetável)
- Creme de ureia 10%
- Dexametasona colírio 0.1% 5ml (frasco)
- Espironolactona 25mg (comprimidos)
- Gentamicina colírio
- Glibenclamida 5mg (comprimidos)
- Metformina 500 mg (cloridrato) - comprimidos
- Metformina 850 mg (cloridrato) - comprimidos
- Metildopa 250mg (comprimidos)
- Metronidazol gel vaginal
- Metronidazol 250mg (comprimidos)
- Metoclopramida 20mg (comprimidos)
- Nistatina creme vaginal
- Nitrofurantoína 100mg (cápsulas)
- Paracetamol 500mg (comprimidos)
- Prednisona 20 mg (comprimidos)
- Prednisolona 3 mg/ml (uso oral)
- Sais para reidratação oral
- Sinvastatina 20 mg (comprimidos)
- Verapamil 80mg (comprimidos)
- Ranitidina 150mg (comprimidos)
Procuras frustradas - Na USF (Unidade de Saúde da Família) Dr. Judson Tadeu Ribas, que fica no Bairro Moreninhas III, a empresária Marisa Marinho, 44, não encontrou o Bromoprida e os sais para reidratação oral, que constam na lista acima.
Ela já desembolsa de R$ 100 a R$ 500 para comprar outros remédios para a filha de 10 anos, que tem transtorno do espectro autista. "Eu comprei este mês para ela. Agora, vou ter que comprar esses outros que faltaram", afirmou.
Na mesma USF, o desempregado Francisco Guimarães, 57, não encontrou a Sinvastatina, que serve para o controle do colesterol. "Estou procurando desde semana passada. O farmacêutico falou que está em falta em toda a rede", disse.
Francisco também reclama de não encontrar com frequência a Fluoxetina, medicamento que não está na lista acima, mas foi citado em matéria sobre falta de antidepressivos na rede pública.
O que diz a Sesau - Responsável pela compra e abastecimento de medicamentos, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) afirma que 75% dos 300 medicamentos fornecidos estão com estoques normalizados.
Da lista de 29 fármacos apresentada pela reportagem, a pasta admite que 10 podem ter apresentado falta pontual, mas rapidamente regularizada por não ter sido constatada a redução do estoque. Eles são a Amoxicilina suspensão, Bromoprida injetável, creme de ureia 10%, Glibenclamida, Netronidazol, Nitrofurantoína, Prednisona, Prednisolona, sais para reidratação oral e Verapamil.
Já quanto à Ranitidina 150 mg, a Sesau esclarece que a fabricação foi suspensa pela Vigilância Sanitária e, dessa forma, os pacientes que faziam uso desta medicação têm suas receitas alteradas nos acompanhamentos médicos.
Outros sete estão em vias de serem repostos, garante a secretaria. "Amiodarona, Cefalexina suspensão, Metmorfina, Metoclopramida e Sinvastatina já estão com o processo de compra finalizados e, assim como Espironolactona e Bromoprida gotas, que tiveram dispensa de licitação; estão aguardando a entrega do fornecedor para que tenham seus estoques novamente normalizados", pontua.